sábado, 21 de novembro de 2009

Para ti #4





Chove do céu, como chove dos meus olhos.
Hoje é um dia especial [só tu sabes porquê], em que a dor me sufoca as palavras. Palavras que quero gritar ao vento. Que o vento te encontre e me diga onde estás.



Não proferimos promessas vãs, nem falsas esperanças de “eu ligo-te” ou “vamos trocando e-mails” ou qualquer outra não-realidade [demasiado real para poder ser virtual, foi a conclusão partilhada] que só iria destruir-nos.



Não pergunto, não falo de ti a ninguém e ninguém responde aos meus surdos apelos. Recorro à noite e
Peço-lhe um sinal de ti…




Como Ying & Yang (tu sempre de preto, eu sempre de branco; tu sempre de noite, eu sempre de dia…), as diferenças seriam assim, mesmo, tão [mas tão!] incontornáveis?!

“ – Vim despedir-me…”,
disseste [jamais esquecerei o teu sorriso triste, no momento que proferiste estas palavras…como poderia esquecer?!] – “Gosto demais de ti para ficar…”. E eu quereria mais do que me podias dar? Deste-me tanto, mas tanto, que continuo a dedicar-te o melhor, o mais genuíno que há em mim: os meus pensamentos.

Os momentos [tão, mas tããããão nossos, que até dói lembrar…], as conversas [ressoam todas no meu cérebro…], os sorrisos [estão todos marcados, a ferro e fogo, na minha memória…], os olhares [como esquecê-los…?!], mas, sobretudo, os nossos silêncios.

Silêncios preenchidos de emoções tão vivas, tão pulsantes, em que me perco nos teus olhos , nesses teus olhos que invadem os meus, sem pedir licença, aprisionando-os de livre vontade, sugando o meu calor, lambendo a minha alma.

Sinto ainda as tuas mãos nas minhas, encaixando, na perfeição, os nossos dois mundos. Sinto ainda o toque suave dos teus dedos, dando vida própria aos meus, numa dança eterna.

Procuro-te, ansiando que me encontres, em qualquer aeroporto, em qualquer cidade, em qualquer lugar. Procuro-te incessantemente…e apenas.

“ – Não te deixarei partir…” respondi-te, num sussurro, num grito surdo, desesperado.

E, como vês, não deixei: são teus os meus pensamentos, são tuas as minhas lágrimas, são teus os meus sorrisos, são tuas as palavras que jamais pronunciarei…mas que pulsam, enclausuradas, e apenas tu as podes libertar.

Voltarei a ver-te algum dia?

2 comentários:

maria teresa disse...

Estou "panfia" como diria o meu pai quando ficava estarrecido perante a beleza de qualquer coisa.
Não preciso de dizer mais nada, pois não?
Bjis

Ana Alvarenga disse...

Sempre gentil, querida Maria Teresa, as suas palavras são um elixir de vida-eterna! Obrigada, BJ