terça-feira, 22 de junho de 2010

Uma terça-feira diferente…



Porque ontem “chegou” o Verão…
Porque ontem, Portugal andou na Boca do Mundo (super-goleada: 7-0)…

Merecemos comemorar, está um dia magnífico [e não temos tido muitos...].
Porque ... nós merecemos.

Hora de almoço [prolongada!], esplanadar: sol-sombra, beira Tejo, cinco miúdas [ou nem por isso, mas seja!] …e J1, que não nos deixa ir sozinhas…um miúdo-cavalheiro ou não quer perder o pratinho nem por nada...

A conversa rola, com naturalidade e descontracção, preenchida de pequenos-nadas e pequenos-tudos…sobretudo de bocas, aparvoar sem sentido, descomprimir, qualquer coisa!

…do nada, denoto os primeiros acordes: “Shiu, shiu…” aliando as palavras às mãos semi-erguidas e olho para a Cris, melhor, para os seus ouvidos de tísica. Ela confirma-me com o olhar e um sorriso brincalhão e nostálgico.
Soltamos um gritinho [em surdina, “senhoras, mesmo que jovens, não gritam”]. Todos se apercebem, incrédulos, to good to be true, “erámos tão gaiatas”.

Com um pequeno gesto, pergunto à simpática empregada que nos atendeu [cheia de paciência para anotar, saladas, sumos, águas “ai, eu quero comida de verdade e não comida de grilo…”] se pode elevar um bocadinho o som, “só esta, por favor!”, apelo, garantindo com um olhar que “nos sabemos comportar”. Acede, com um sorriso cúmplice.

Corpos ondulam, rítmicos, é impossível controlar [e alguém quer, por acaso?], vozes trauteiam, baixinho, num misto de sonho e regresso ao passado e, sem querer, alguma se levanta, abanando os braços e as ancas perante este som tão 80’s, seguida por todas. Somos uma nuvem de cabelos escuros e compridos, brincos e colares que se agitam nos tops de alças e que exagera nos “ahhhhhhhhh”… Dançamos, esquecidas [ou não!] de onde estamos, apenas atraindo o olhar de estrangeiros que passam…

J1 está para morrer, “se alguém da concorrência nos vê…”, receia. “Vai dizer o mesmo que diria se estivéssemos sentadas, na cavaqueira…que estamos com os copos”, numa alusão aos copos de sangria espalhados pela mesa, respondo. “Se te preocupa a maledicência alheia, vai fazer um telefonema, faz o que quiseres…mas o momento é nosso e ninguém nos vai impedir.”
Porque nós merecemos!




...de 1982...em festas de garagem...enjoy it, please!

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