Há dias de Primavera... no Outono!
Dias de sol radioso, que aquece almas e seres, num qualquer canto... escolho o "meu" recanto, nos jardins (que não sendo proibidos, são interditos). Este recanto não passa, na realidade, da soleira de uma porta de emergência, mas que me permite sentar no chão (há, neste gesto, sempre uma memória dos tempos de escola, em que, sentados nos chão, nas soleiras das portas ou janelas mais recônditas, os dias e as horas pareciam não ter fim...), esticar as pernas, descalçando-me e deixando que o sol me aqueça a pele nua.
Raramente passa alguém, neste recanto, palco de tanta conversas, risos e algumas lágrimas. De quando em vez, algum segurança fazendo a ronda ou algum jardineiro ou pessoal da manutenção. Em redor, pequenos arbustos acariciados pela leve brisa do meio-dia.
Este é o meu refúgio, o meu recanto, onde, por breves minutos, posso sonhar, viajar, perder-me, fugir e navegar... soltar-me!
O alarme do telefone devolve-me à realidade. Prendo o olhar no fuci da Pipoquinha que o écran me expõe. Devolvo-lhe o sorriso, inspiro o ar quente da tarde outonal e são para ela os meus pensamentos, em vagas de ternura.
...regresso a Vale de Loucos revigorada, para enfrentar outra(s) batalha(s)...sem (nunca) baixar os braços.
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