Márcia tinha uma vida estável. Márcia tinha, talvez na altura, 35 anos, um marido carinhoso, dois filhos lindos, saudáveis e educados e uma casa maravilhosa, com jardins povoados de sonhos. Tinha um emprego que a realizava, amigos bonitos e divertidos. Tudo a condizer, tipo slogan publicitário de Mulher Moderna…
Márcia tirou o curso que a vocacionou desde pequenina e dividia-se entre o emprego, a vida familiar e social. Márcia dizia-se feliz.
Mas [há sempre um mas, nestas coisas de contos de fadas] um belo dia, conheceu um homem. Até aqui nada demais, todos os dias Márcia conhecia pessoas diferentes. Bruno empregou-se numa empresa no mesmo edifício onde Márcia trabalhava. Bruno era mais novo, era descomprometido, muito brincalhão, com um sorriso aberto e malandro, de dentes perfeitos. Falavam de trivialidades quando se cruzavam no elevador, no café, no estacionamento. Bruno e o seu sorriso faziam-na sentir-se adolescente, confidenciou-me. Márcia amava o marido, os filhos, a vida que levavam, mas o olhar de Bruno acompanhava-a o dia inteiro e fazia-a sorrir. “Fantasia emocional”, dizia-me.
Um dia, Márcia inventou uma história qualquer e deu-lhe o seu número de telefone. Bruno sorriu [aquele sorriso de “outra que já está no papo”] e Márcia pensou: “Que se lixe! Antes que seja tarde…”
Bruno nunca usou essa informação e Márcia achou que se tinha enganado, que tinha interpretado mal os sinais, que se expôs, enfim, sentiu a rejeição dias a fio, vivendo em função de um telefone que nunca tocava. Um dia, Márcia, cansada de esperar e arrependida de ter dado o 1º passo, encontrou Bruno no café e fez-lhe um sinal com a mão direita, que traduzia: “És doido!”. Bruno perguntou-lhe o que ela queria e Márcia, em tom quase inaudível, expôs o que queria: que apenas sabia o que não queria, que não queria compromissos (isso já ela tinha), não queria uma aventura (isso seria fácil e banal demais), que apenas queria sair com ele, fora daquele perímetro, passear num jardim e comer um gelado à beira rio. Porque o sorriso de Bruno lhe fazia bem.
Márcia tirou o curso que a vocacionou desde pequenina e dividia-se entre o emprego, a vida familiar e social. Márcia dizia-se feliz.
Mas [há sempre um mas, nestas coisas de contos de fadas] um belo dia, conheceu um homem. Até aqui nada demais, todos os dias Márcia conhecia pessoas diferentes. Bruno empregou-se numa empresa no mesmo edifício onde Márcia trabalhava. Bruno era mais novo, era descomprometido, muito brincalhão, com um sorriso aberto e malandro, de dentes perfeitos. Falavam de trivialidades quando se cruzavam no elevador, no café, no estacionamento. Bruno e o seu sorriso faziam-na sentir-se adolescente, confidenciou-me. Márcia amava o marido, os filhos, a vida que levavam, mas o olhar de Bruno acompanhava-a o dia inteiro e fazia-a sorrir. “Fantasia emocional”, dizia-me.
Um dia, Márcia inventou uma história qualquer e deu-lhe o seu número de telefone. Bruno sorriu [aquele sorriso de “outra que já está no papo”] e Márcia pensou: “Que se lixe! Antes que seja tarde…”
Bruno nunca usou essa informação e Márcia achou que se tinha enganado, que tinha interpretado mal os sinais, que se expôs, enfim, sentiu a rejeição dias a fio, vivendo em função de um telefone que nunca tocava. Um dia, Márcia, cansada de esperar e arrependida de ter dado o 1º passo, encontrou Bruno no café e fez-lhe um sinal com a mão direita, que traduzia: “És doido!”. Bruno perguntou-lhe o que ela queria e Márcia, em tom quase inaudível, expôs o que queria: que apenas sabia o que não queria, que não queria compromissos (isso já ela tinha), não queria uma aventura (isso seria fácil e banal demais), que apenas queria sair com ele, fora daquele perímetro, passear num jardim e comer um gelado à beira rio. Porque o sorriso de Bruno lhe fazia bem.
Os nomes são fictícios e eu era uma dos “amigos bonitos e divertidos”.

Lembrei-me disto a propósito do episódio de ontem de Irmãos & Irmãs: podemos estar felizes e contentes numa relação, mas, a dado momento, necessitarmos da companhia de outra pessoa? Só porque ela nos faz bem, porque um flirt faz bem…ao ego e à alma? Podemos amar e trair, ou não há mesmo atracção sexual neste “só porque ela nos faz bem”?
Contarei o resto da história de Márcia e de Bruno conforme o próximo episódio da série Irmãos & Irmãs…

Sem comentários:
Enviar um comentário