… eu não sou dada a Aventuras!
Em tempos idos, L. definiu-me como uma “aventureira”: em plena época de Harrison Ford e os ”seus” Salteadores da Arca Perdida*. “EU?!” – exclamei, “caindo de surpresa” -, “aventureira” ?!?! Eu sou uma medricas, uma cagarolas, com medo da própria sombra!” – justifiquei-me, toda encolhida. “Nada disso! És uma “aventureira”, apenas ainda não te deste conta disso…”
[L., que estudava Gestão, em Brighton, passou aquele Verão "comigo", em terras do Alto Minho: "dás-me sorte", disse-me, "reencontrei esta manhã o meu cão [pastor-alemão, um lindo menino, malandreco atrás das cachorras...] "desaparecido" há dias**...no mesmo dia que te reencontro!", não acompanhou a "não-aventureira" que há em mim.
Sei em que cidade do Norte vive, sei que é um empresário de sucesso, em Exportação Téxtil para Inglaterra, sei que se separou da alemã que trouxe para Portugal, sei que não foi feliz...e é-me suficiente!]
Passadas mais de 2 décadas..., nã, concluo, segura, não sou nada, não mesmo!
Admito a certeza que deixo o Espírito vaguear, libertando-se do corpo. Acompanho Ulisses na sua Odisseia [eu não sou a que fica à sua espera 20 – ou foram 25? – anos, essa não sou!]
Tenho tentações, assumo. Raramente, mas já existiram.
No entanto, algo me “trava” e a cabeça é vencedora. Naquele preciso momento, dói. Dói muito não seguir os impulsos, mas o Tempo comprovou-me sempre que foram as decisões acertadas.
E lamento, lamento tanto…que, ao menos, uma vez que fosse, pudesse estar errada.
… Entretanto, só o Espírito vagueia: esse será sempre um boémio vádio, que me escapa e me liberta a todo o momento que pode [e são tantos, tantos, os momentos em que o Espírito me foge…], gargalhando de escárnio para mim, simples Matéria, de pés bem assentes na Terra. Deixo-o ir, escorrendo um sorriso pelo canto da boca: “Vai, vai tu, sê Feliz: eu fico à tua espera, para me contares as Aventuras que viveste… por mim”.
Oxalá, um dia, me leves contigo e partamos ambos no dorso de Pégaso… para não mais voltarmos!
Acontecer-me-à algum dia? Virar a mesa, não ser racional e ser esta a atitude correcta?!
Tomara! Só para variar…
* de 1981, 4 Oscares (hihihi)
** "Comparar-me" a um cão, para mim, é um elogio tamanho, ok?
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