domingo, 2 de maio de 2010

Cinema em Casa – Lado a Lado / Stepmom







Tempos [e indicadores...] houve em que me imaginei “a melhor amiga” de duas lindas crianças. Teriam, na altura, cerca de 10 anos e sua “mãe” jamais poderia ser, mas, só e apenas, a sua melhor amiga, para toda a vida, se elas assim o desejassem...

Essas lindas e encantadoras crianças, iguais como duas gotinhas de água, e tão “pobres” de afectos, despertaram em mim [não o desejo de ser mãe - biológica - , porque nunca o tive], a imensa vontade de participar no seu dia-a-dia e no seu desenvolvimento inter-pessoal.

Imaginei-me, no silêncio das noites e em segredos guardados no meu coração, a coleccionar cromos da Hello Kitty, a jogar playstation, a levá-los a concertos dos Xutos [ok, até a ver os Tokio Hotel, se preciso fosse…], a explicar que há tempo para pintar a cara, as unhas e o cabelo – dando-me a mim como exemplo - , que o importante é o que somos e não os ténis e os jogos que temos, que quem amar os livros e os animais nunca estará só, que a Imaginação é um dom, que nos transporta a onde queremos ir ou ser, a fazer uma viagem-anual cultural às capitais europeias: Praga, Roma, Paris… a levá-los a Londres a ver o Cats e explicar que cada "gato" representa uma personagem da Sociedade [ok, até se podem mascarar, encarrego-me das fatiotas e da caraterização], a jogar basket e volley com eles, a cair de bicicleta, a amar e respeitar a Natureza e a reconhecer as suas forças, a incentivar que estudar é uma prioridade e que não interessa o que os outros pensam de nós, só interessa o que nós somos e a nossa consciência tranquila. Que ajudar os outros nos faz sentir melhor e que devemos sempre respeitar ou outros, sobretudo os mais velhos - um dia, nós seremos "um deles"!!!. De levá-los a Ibiza e a Lorêt do Mar quando a adolescência terminasse, sem precisarem de se expor aos perigos das viagens de “finalistas”. De passar noites ao relento, num saco-cama, a olhar as estrelas, ao calor de uma fogueira. De ensinar a retirar do caminho [dos outros] caracóis, lesmas, sapos e minhocas, porque todos, mas todos têm direito à Vida. Ensinar a ver "coisas que mais ninguém vê" e a "ler" o que os olhos nos escondem... De ensinar a orientarem-se pelo Sol, a ler os Ventos e a força do Mar, a percorrer trilhos e interpretar os sinais da Natureza. De apoiar talentos nas artes, quer sejam na música ou no ballet. De apoiar, incondicionalmente, como só os amigos fazem...E ouvir, ouvi-los sempre, escutar os seus coraçõezinhos, sem críticas nem tabus, ouvi-los apenas e "dar colinho"....

De progredir em conjunto e explicar, quando fosse o momento, que nenhum homem a amaria como o pai e o mano, ou que respeitasse sempre as meninas-raparigas-mulheres, como desejaria que respeitassem a mana.
Que o corpo é o Templo da Alma e, por isso, não deve ser entregue, futilmente, a qualquer um(a). A agirem sempre pelas suas próprias cabeças, a usar a "balança" do bom-senso.

Estas crianças terão para sempre o mesmo ADN, igualzinho, e isso é o maior milagre da Natureza, que as impede de estar sós, mesmo quando todos já tenham partido.

Não conseguiria, decerto, protegê-los dos sacanas, mas que acreditassem que por cada um que nos aparece, traz com ele(a) trinta pessoas boas, e que nunca, mas nunca percam a Esperança na Humanidade e que devemos contribuir para um Mundo Melhor [já que vivemos nele, nem que seja!]



O Tempo não permitiu [ou a Vida não quis…] que nenhum destes e outros projectos se desenvolvessem…


1 comentário:

Anónimo disse...

que bonito Tela =)

as criancas são sem duvida o melhor que existe, e com elas há o poder da imaginação, o afecto e a alegria =)

beijoka*