domingo, 29 de abril de 2012

Sublime tranquilidade




Apenas e só a ideia (soletro as letras, para saborear inteiramente) de, durante 4 dias, 4 míseros dias não pôr os pézinhos (nem o resto do corpinho) em Vale de Loucos deixa-me apoteótica.

Sou invadida por uma sensação de liberdade, de ser dona absoluta de mim, do meu querer, sem horários, sem pressões, inteiramente disponível para usufruir de mim, de mim como pessoa, como ser humano.


Se eu quero sair? Nem em sonhos, eu quero é ser eu, estar comigo. Sair saio para espairecer, após um dia tramadex. Esta manhã passada no jardim com a Pipoquinha, tranquila e serena, vale por mil Xanax’s! Caminhar calmamente, detendo-me aqui e ali, fotografar pormenores que passam despercebidos nas correrias quotidianas (ou porque tenho as mão ocupadas ou porque a luz não favorece ou porque … rais-partam!). O café tem melhor sabor, a esplanada está mais arrumada, estou mais simpática e agradável para os demais…porque tenho tempo para ser Tudo o que me apetecer, sem aquela desculpa esfarrapada e envergonhada: “Desculpe, mas eu tenho pressa”, numa humildade sem precedentes por não dar a devida (e merecida) atenção aos outros.

Tempo para sorrir. Sorrir para mim, para a chuva, para a Pipoquinha… sorrir para a vida. Tempo para brincar, para deter-me e observar onde quero, como quero. Acariciar a Pipoquinha, deitada aos meus pés, ao Sol e os (alguns) transeuntes sorriem-lhe. Garanto que ela lhes devolve o sorriso e eu também.


Se, há cerca de dez anos, alguém (sequer) se atrevesse a mencionar a premonição de uma situação destas, responderia que era uma loucura. Eu?! Vale de Loucos (que ainda não tinha este cognome) era prioritário na minha vida, era uma obsessão, a carreira era o meu topo (excluindo os amores da minha vida, claro). Negligenciei tudo e todos, incluindo eu mesma.


Hoje olho para trás, de soslaio e reconheço o quanto perdi: como alguém me disse há alguns meses (outro trabalho-dependente), o importante é aprender com os erros!


Não sei se foi um erro: na altura, era o meu desejo e não avaliei as perdas inerentes.

Hoje sou as consequências das minhas escolhas.

Hoje escolhi ser eu.

Hoje escolhi ser (mais) feliz.

1 comentário:

Gonçalo Tojeiro disse...

<3 it