sábado, 15 de fevereiro de 2014

Assim



Quero ficar assim, quieta (tão quieta, quase inerte), queixo apoiado na mão, a ver-te.
Esta noite quero ver-te - não olhar-te. Quero que me vejas, apenas, que me sintas.
Passar a palma do pé no teu peito nu, olhar-te nos olhos e roubar-te beijos.
Tu sabes... também se roubam beijos com o olhar. E sorris-me, trauteando baixinho a nossa música, aquela que sempre me faz sorrir...
Por instantes, o Mundo detém-se aos meus pés: é o teu coração, deixa de bater por um fragmento de segundo, o tempo exacto que demoro a entrar no teu peito.
Há, agora, dois corações a viverem dentro de ti...
Permaneço quieta, quase imóvel; roubas-me um sorriso, que aconchegam no beijo roubado por um olhar.




Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais: somos também o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos. Somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos sem querer.
~  Freud ~ 


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