Na última viagem que efectuei a Barcelona, há cerca de 3 semanas, esta música (*) acompanhou-me, amortizando o som das hélices e a “tareia” que o temporal dava no avião, como se de uma simples casca de noz se tratasse.
Apesar disso, mantive-me toda a viagem de olhos fechados e sorriso estampando; sentia-me reconfortada e muito feliz. Ouvi-a vezes sem fim [acho que foi aqui que “pifei” o MP4 – outro “sinal” que, na altura, desdenhei…]. Acima das nuvens, eu sonhava…noite escura, mesmo perante a hipótese de cancelamento momentos antes, devido às condições atmosféricas, acho que, a bordo, eu seria a única pessoa que sonhava… Sonhava com "Baby can I hold you tonight"... mesmo a 1.500 km de distância.
Esta madrugada, voltei a ouvi-la, novamente, vezes sem conta. Continua a ser das minhas favoritas [kitch?! Pois serei…] Apesar de, hoje e à luz do dia, essa noite de Dezembro me parecer, agora, tão distante e irreal.
…talvez gostasse de dar Voz à Ira, à Revolta, à Frustração e gritar bem alto:
- “És um verme! Apenas e só, um reles verme que destrói, mente e mata covardemente. Que essa tua cobardia não te permita ter um único instante de paz, na longa vida que te desejo: longos anos de arrependimento e auto-punição, em que a minha imagem te persiga, os meus beijos te arrepiem e os meus sussurros te enlouqueçam… em todos os teus instantes, de dia e de noite! Que sintas esta desilusão, que lágrimas de sangue te asfixiem, até o teu coração implorar pelo suicídio, que te será negado, porque apenas os corajosos a ele têm direito…mas que continues a respirar, com este sofrimento duplicado, triplicado e elevado a um milhão. Que não te sintas digno de viver e te desprezes, qual verme, todos os dias da tua longa vida!”
Mas eu não sou assim [seria demasiado fácil…], não quero ter estes sentimentos destrutivos, de “carregar com batatas podres” às minhas costas… eu quero (e posso!) ser uma pessoa melhor e mais feliz, todos os dias.
Sem mágoas, sem ressentimentos.
A auto-punição é minha, a culpa é apenas minha. Permiti, acreditei, confiei.
E enquanto me sentir “culpada”, peço desculpas a mim própria, a toda a hora, pela dor que me auto-infligi. E “mimo-me” com tudo o que está ao meu alcance [porque eu mereço!], na esperança de obter o perdão para mim mesma. Fui "apanhada nas curvas" e não o devia ter permitido...Shame on me!
Nunca há nada a perdoar a quem nos maltrata, a responsabilidade é apenas [e sempre exclusiva!] nossa: as pessoas magoam-nos porque permitimos. Ponto final.
“Quem ama não mata”.
…* este momento foi só meu…não o partilhei nem sequer contigo [“words don’t come easily”] … Tal como não partilhei contigo tantas outras coisas…[ainda bem!], ficarão, para sempre, só comigo…
I wish…I wish...“I wish you were here”…
Qualquer semelhança com a realidade...é pura ficção!
sábado, 9 de janeiro de 2010
I wish…
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4 comentários:
Apanho cada susto consigo! Ufa! Já está a pensar: "deverei continuar a ser amiga da Tela? Se a desiludir, morro torturada no inferno..., que horror! Passou-se!"
Afinal foi apenas um pequeno exercício do modo como devemos desabafar, se precisarmos de desabafar.
Pelo sim, pelo não, vou copiar as pragas, pode ser que um dia venha a precisar delas, para as lançar sobre alguém que conheço :):):)
Abracinho
Querida Maria Teresa...fez-me rir! Como sempre! É ficção, não se assuste...ao contrário de si, sou muito "imaginativa" e ficciono muitas vezes... :)))BEIJO GRANDE
Raios... :')
Tela que saudades tinha de ouvir esta musica. É a minha preferida. Quanto ao que deixaste aqui escrito sobre ódio, amor e culpa concordo contigo. Nós somos os culpados por confiar em quem não merece. Conseguirás superar. Quem ama não mata, nem maltrata. Beijinhos
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