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Voltando à tradição: a 1ª quinta-feira de cada mês, “encontro” de amigalhaças [que “acudiram”, sem hesitações, à minha chamada, na madrugada de 2ªfeira] para um lanche-ajantarado. Este “grupinho de miúdas giras” gosta muito de se encontrar…para tudo e para nada! Hora acordada: a partir das 19 h. Local: muito, muito lounge [porque nós merecemos!], algures no Bairro Alto.
Quente e acolhedor, este espaço permite as divagações, as confissões e…muito, mas muito disparate!!! Que fazer?! “Continuamos umas adolescentes, apenas com mais dinheiro!” E a conversa não nasce, só apenas, flui e solta-se, com a cumplicidade de quem partilhou já tantos momentos.
Chegamos quase em simultâneo, permitindo que os efusivos cumprimentos decorram à porta, sem perturbar ninguém. Entrando, o choque térmico é inevitável, iniciando a tarefa de “descascar cebolas” (tradução: tirar casaco, luvas, casaquinho), agasalhos que se empilham numa cadeira, prontos a testemunhar tanta tagarelice.
As minhas amigas olham-me com atenção, procurando respostas para “a chamada” tão repentina: não há explicações, nem necessidade de justificações.
O interesse mantém-se centrado em mim [“que chatice, bolas!”] e estendem-se às minhas meias: são “meias à BA”, grafitadas de expressões que não posso gritar, mas quero que o Mundo inteiro saiba…nos tornozelos, pode-se ler a palavra “merde” (em francês…é sempre mais chic!), pelo joelho encontramos “follow me, baby” e, subindo, apresenta-se “je t’áime, mon amour”, que lhes desperta gargalhadas [“ e ... vais trabalhar com estas meias?!” – espantam-se, “Claro, estou podendo!”]! “São do ECI” – informo – “tenho uma colecção bestial, andavam adormecidas no gavetão e, agora, ressuscitaram…”. Partilho que “as compras andam a chamar por mim” [comprovando-o, tiro da mala-assoalhada um saquito com…2 cintos e 2 pares de luvas…hihihi] e, abanando os ombros, permito a exibição, por entre a camisa, deste colar, de Verão, “maravilhoso”, como é denominado: “Ah, pois! A nortada chama por mim: pode fazer frio, pode ser inverno, mas por aqui, debaixo dos casacos, já anda a Primavera, sinais de renovação…", fiz umas comprinhas fantásticas, e amanhã tenciono continuar; quem alinha?.
(…)
A tagarelice evolui, sobretudo as Festas, comenta-se ainda as Festas, o que me despoleta “labaredas”: “Parem imediatamente com essas ideias de Natal…Natal de um dia…fartinha de gente “feia” e “pequenina”, mentirosa, hipócrita…os grandes amantes do Natal, que, durante o resto do ano…amam de manhã e espezinham à noite! Fartinha até à medula!” [já ninguém suporta este slogan, é bem verdade, o que veio substituir o que vigorava em Setembro: “Não quero saber de gripe sazonal, nem A, nem B, nem M… não tenho tempo para adoecer, porque estou cheia de trabalho…só lá para Janeiro, enfim, e vamos lá ver... se tenho tempo!”]
(…)
Insisto na “nortada”, que me chama, que traz frio e dias lindos de sol: “podíamos ir arejar, no fim-de-semana, alguma coisita aqui perto, tipo Paris ou Londres…”, respondem-me “Estás parva? Assim, de hoje para amanhã…?” é que ainda não recuperaram da Passagem de Ano…É verdade, têm razão, só eu quero esquecer tanta coisa…
(…)
Exponho a “agenda cultural” para os próximos meses: as estreias, os concertos, os teatros…escolhemos os que mais no agradam, reclamando “Quando é que a Secretaria de Estado da Cultura nos atribui um subsídio…? Para assistirmos a tudo que gostaríamos…dava jeito!”
O tempo escoa rápido, veloz como as nossas palavras, as nossas risadas…só o tempo não podemos recuperar…este tempo que passa, avassalador, pelas nossas vidas!
1 comentário:
O tempo não volta, por isso tento aproveitar tudo agora..
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