quinta-feira, 4 de março de 2010

Avesso…



…pensei sempre que “sou do avesso”, ie, ao contrário das outras pessoas.

Ouço-as comentar que se arrependem do que não fizeram… do Tempo que não volta… das Perdas. Decerto também tenho estes momentos nostálgicos, que nos ajudam a melhorar, a não repetir erros…

“Cometer um erro é compreensível, mas permanecer nele é imperdoável”
(alguém proferiu, não me recordo quem, nem as palavras exactas…)

Arrependimento, não sei definir.
Lástima, sim, com facilidade: lastimo…lastimo profundamente a forma plena e verdadeira com que me entreguei. Lastimo a forma transparente com que me apresentei [não sou fácil, reconheço que dou luta, que me esquivo, escorregadia, que renego, que avanço e recuo… Dizem-me, metaforicamente, que daria um "bom" guarda-redes, porque estou sempre na defensiva…mas quando baixo as defesas, caiem por terra…definitivamente!].

Lastimo ter sido tão verdadeira. Lastimo ter sido apenas eu, sem teatrilices nem make-up.
Lastimo ter-me assumido nua, desprovida de complexos e pudores, dizer o que penso, sem medir julgamentos e consequências.

Lastimo ter sido apenas eu!

Lastimo a disponibilidade que apostei, a compreensão que investi…as mágoas que sofri!

Lastimo a entrega, que foi plena e absoluta.

Lastimo ter avançado, acreditando no Início, que, afinal, revelou-se apenas sendo o Fim.

Lastimo a coragem que assumi, lastimo ter “aberto o peito às balas”, sem escudo, sem defensa, acreditando, só e apenas, que era suficientemente forte para inverter fosse o que fosse, viesse quem viesse...Lastimo ter sido avassaladora!


…mas não me arrependo de ser arrojada e exigente, audaz e lutadora…mesmo que “só te peço aquilo que te posso dar!”

Cansada e indiferente, magoada e desvalorizada… “finish(ed)”

“…se eu soubesse o que sei hoje…” afinal, encontrei a minha definição de Arrependimento!

5 comentários:

maria teresa disse...

Não lastime nada, foi VERDADEIRA isso é uma prova de honestidade ev de coragem
E não me assuste que o meu coração é "muito frágil":):):)
Abracinho

Anónimo disse...

Tenho sempre alguma dificuldade em definir-me como "isto ou aquilo", igual ou diferente "de", porque encontro tantas semelhanças em seres humanos pretensamente diferentes, que receio ser eu próprio igual a tantos outros e a ideia que faço de mim seja apenas fruto de um determinado estado de alma.
No fundo o que penso é que, genericamente, como seres humanos temos determinadas características a que dificilmente conseguimos fugir. Depois o meio faz o resto.
Já dizia um filósofo espanhol, Ortega e Gasset, que o homem é ele próprio, mais a sua circunstância.
Na realidade somos muito do que herdámos do património genético, moldado pelas circunstâncias da vida. E se agruparmos a humanidade (na verdade ela já está agrupada) por etnias, profissões e até estados de demência (que é onde eu me incluo lol) e mais meia dúzia de estratos sociais devidamente identificados, temos que em cada grupo e até entre grupos diversos, não existem assim tantas diferenças quanto possamos imaginar numa análise mais superficial, muitas vezes dependente de estados emocionais de certo modo adversos.
Isto tudo para dizer que "a dor de corno" nem sempre nos deixa ver a realidade com lucidez e pode "mascarar" muito do que realmente somos enquanto seres humanos. Daí que momentos verdadeiramente avassaladores possam, com um simples raio de sol, antecipar uma florescente Primavera.
Vais ver que se deixar de cair esta "merdinha" de chuva persistente, a vida ganha novos horizontes.

S* disse...

sermos superiores*

S* disse...

Não devemos lastimar ser superiores. ;)

Ana Alvarenga disse...

Querida Maria Teresa, não se "assuste", não há motivo :)) Bj

FF, divertes-me imenso :) Nunca tinha lido tanta "tanguice" [concordo com os "rótulos" que atribuímos...]para definir "dor de cotovelo"! Divertes-me, mesmo! E VIVA O SOL! Bj

S*, lastimo o desperdício, só e apenas, :) Bj