segunda-feira, 5 de abril de 2010

Surreal, no mínimo



…é importante frisar: passei uns diazinhos “afastada” de pequices e ninharias, sem ligar [por opção] a televisão, nem o computador…Desliguei, por assim dizer, do mundo, deste mundinho pequenininho, em que residem algumas pessoas e entreguei-me, de alma e coração, numa de I love me, a passear ao ar-livre, a brincar com cães e gatos [implica alimentá-los, fazer-lhes festas…], a ouvir os passarinhos e o mar, a confidenciar ao Céu e ao Vento, a tagarelar com pessoas que, aparentemente, apreciam a minha companhia…enfim, numa onda mesmo de I love me…”porque eu mereço”, diria M., imitando-me, se não andasse por outros Continentes há séculos!

Regressada à cidade, e ao mundo em que [parece!] vendemos a Alma ao Diabo em troca de algum conforto, eis que me deparo com esta barbaridade [este termo soa-me suave e sem ofensa a Atila]:


“(…) Em 2009, António Mexia, CEO da EDP, ganhou 3,1 milhões de euros. Para percebermos melhor, 8.500 euros por dia. Se Mexia fosse pago por um patrão, que lhe dera os milhões porque gostava dos seus lindos olhos, ninguém teria nada com isso. Mas a EDP é uma empresa de capitais mistos. De nós todos, em parte. E salários assim não são fruto das leis do mercado, mas duma combinação entre alguns. Há uns anos, expliquei-o numa crónica sobre um caso que também metia Mexia. Quando este era presidente da empresa, em 2002, um quadro superior entrou para a Galp, de capitais maioritariamente públicos. Dois anos depois, esse quadro saiu como um indemnização de 290 mil euros. Não, não foi despedido, saiu pelo seu pé e porque tinha emprego melhor na Refer, onde o meteu Mexia, entretanto ministro dos Transportes. Se saiu porque quis, qual a razão da indemnização? (…)”


Oito mil e quinhentos euros…por dia…surreal, ou é impressão minha?!
Ferreira Fernandes é colossal e as suas crónicas no DN  do melhor que há!

E entristeço ao ver Valença decorada com bandeiras espanholas nas varandas [esta Valença que conheço desde miúda, esta fortaleza que percorri vezes sem conta], surpreendo-me com as viagens de “finalistas” de menores por terras de Espanha [será, sem dúvida, gaffe minha, mas adolescentes, menores, serão finalistas do quê?! Estão no início de tudo ... podem ser finalistas de alguma coisa?!] e os seus desacatos/shots cola-whiskey ou lá o que é…

Portanto, o melhor é esparramar-me no sofá, ao lado da Pipoquinha e deliciar-me com um dos meus filmes preferidos [O Patriota, caso interesse saber].
É que assim não dá: é [quase] tudo demasiado mau para ser verdade!

4 comentários:

maria teresa disse...

Mas é verdade isso e muitas outras coisas idênticas ou ainda piores...
Abracinho

Anita disse...

Tens toda a razão... Mais vale alhearmos-nos deste País que é o nosso, mas que vai a grande velocidade num caminho sem retorno... Refiro ainda os homicídios de famílias inteiras, que fazem capa de jornal.

É triste, de facto.

Fecharmos os olhos também nada resolve, mas pelo menos poupa-nos um pouco.

Bjito*

Brown Eyes disse...

Tens toda a razão, há alturas que é o que apetece e se deve fazer. A realidade, até o tempo, não nos traz grande vontade de estar activas.
Descansa.
BJ

Olga Mendes disse...

Por vezes é melhor não estar informado. Assusta-me também essas coisas de ser finalista, rezo para que o meu não queira ir, ou melhor acho que não pago mesmo, é mesmo assustador quando eles ainda não têm controle sobre o que está certo e errado e acham que beber é uma forma de se divertir.