Procuro auto-motivação através de música powerfull a bombar nos phones, enquanto percorro as ruas, brindadas pela manhã fresca, de cinza e prata.
É cedo, muito cedo…a Cidade começa agora a ganhar vida e movimento. Gosto de observar, de me perder na multidão anónima. Gosto de observar a azáfama…de fazer filmes sobre a vida dos outros.
Chegando a Vale de Loucos, com o (já!) costumeiro e nada nobre pensamento de “nunca mais é quinta-feira…”, passeio pelos jardim, aspirando o cheiro da relva molhada, o aroma da terra humedecida pela noite…a gata Joana esfrega-se nas minhas pernas, pede o pequeno-almoço, que transporto na mala-assoalhada. Faço-lhe festas e converso com ela enquanto come…faz-me sentir bem!
Galgo escadas, abro e fecho portas-corta-fogo, distribuindo “Bom dia” com o melhor sorriso que consigo - e sou convincente, eu sei - e, num relâmpago, a expressão torna-se transparente e verdadeira: eu acredito que vai ser um bom dia…
(…)
Sobre a minha mesa - semi arrumadíssima, semi caótica, num reflexo actual de mim mesma (exagero! Mas sou mesmo exagerada…), encontra-se algo com um post-it (Post-it da concorrência, provoca-me o 1º sorriso…):
Para: usted
De: mim
Nem preciso identificar a caligrafia.
Sorrio, olhando em redor, procurando esconder a alegria infantil e genuína que me invade.
Através da janela, o Sol sorri-me!
1 comentário:
Belo texto, Tela.
Não exactamente ao contrário de Calvino, que escreveu um livro excelente sobre um conjunto de cidades ímpares, tão sedutoramente relatadas, agrada-me imenso a paixão com tu também falaste da tua cidade, da nossa cidade, Lisboa.
Bjs
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