sábado, 26 de novembro de 2011

A GG sob o meu olhar






Anteontem, “vivemos” mais uma (imposta) GG. De Greve pode ter tido alguma coisa, mas de Geral, decerto, não teve nada…A quem não “apeteceu” levantar cedo para ir trabalhar (pois é, custa que s’a farta…), mas uma passeata por Lisboa após o almoço, sob este sol maravilhoso, com umas bandeirolas na mão já é acontecimento.

Pelo meu lado, e à semelhança de à um ano atrás, estava preparada para uma boa caminhada. Felizmente, até podia ficar a trabalhar através de casa, mas recuso-me a participar em estatísticas que não escolhi. Assim sendo, bem cedo deparei-me com o bulício de uma Cidade, em total confusão. Nas (belas) escadas de um prédio próximo, construído por um arquitecto famoso, estavam 3 adolescentes sentados; olhei o painel indicativo da paragem da Carris, onde no visor brilhava 86 minutos de tempo de espera (os restantes estavam a negro). Olhei de novo para os adolescentes, que enviavam mensagens através dos telemóveis (espero que não fosse uns para os outros…) e pensei se seria normal aquelas crianças ficarem ali, sentadas na pedra fria, durante hora e meia para irem para a escola…Tudo bem, com a idade deles (e ainda hoje) também me sentava nos degraus das escadas, mas por opção!! Porque este é o grande factor de destaque: adoro caminhar, mas quando eu quero, não quando me é imposto por meia dúzia de descontentes…Imaginam eles que há alguém contente?! Ora, todos gostaríamos de trabalhar menos e ganhar mais…ter mais tempo para as coisas realmente importantes (não que o trabalho não o seja; é-o e muito e não só como fonte de rendimento)…quem está satisfeito com a actual conjuntura económica, ao cabo dos últimos quase 40 anos?! Desconheço…

Apenas sei que cruzei as avenidas mais nobres da cidade, deparando-me com um mar de gente nas paragens dos autocarros, esmagando-se para conseguirem entrar (isto apesar do que um dirigente sindical afirmou nos media, “que os poucos autocarros (da Carris) que circularam iam praticamente vazios”… Lá poucos eram, de facto, mas longe de estarem vazios. Após a fantástica proeza e conseguirem entrar num, o resultado era ficarem encarceradas, porque o trânsito permanecia parado ao longo das faixas e túneis.

Não obstante, o semblante de quem caminhava era muito diferente do ano passado: era de preocupação, uma revolta muda, de quem tem o direito absoluto de querer trabalhar e não dispor de meios (os quais, na sua maioria, antecipadamente pagos ao início do mês, por um serviço que não foi prestado…)

Atravessei a Cidade, abri o fecho do blusão, permitindo que o sol matinal de 11º me beijasse o pescoço e o colo; permiti que o Sol me batesse direito nos olhos, sem óculos escuros, para melhor observar…sem sombras nem disfarces…mas a crua realidade.


1 comentário:

Anónimo disse...

Feliz Natal

Bjs