quarta-feira, 11 de abril de 2012

A MAC e eu




Eu nasci na MAC. Alguns anos antes de mim, F. nasceu na MAC. Mais de metade das pessoas que conheço nasceram na MAC. 90% dos meus amigos nasceram na MAC (em miúdos, era logo à partida, algo em comum que nos unia, no colégio e na escola primária). Famosos de todas as áreas nasceram na MAC, ao longo destes anos.

O facto de ter lá nascido, numa madrugada de temporal terrível (nem parece!), onde a minha mãe não se cansa de repetir que foi muitíssimo bem tratada, permite que a MAC seja um bocadinho minha. Foi dentro daquelas paredes amarelo-pálido que se viveu um momento único para a minha família. Foi lá que vi a luz do Mundo (força de expressão) pela primeira vez: miúda morenita, cabeluda … e arrepiada (a incubadora foi a minha primeira casa). Quase diria que estas características marcaram-me logo à nascença…

Foi na MAC certamente que me deram as primeiras vacinas, o primeiro banho, a primeira “refeição” e onde dormi o primeiro sono.

O primeiro choro e o primeiro sorriso.

Como alguém pode ter a desfaçatez de querer encerrar a MAC?!

Há um pedacinho de mim na MAC e sinto-a como um pouco minha. Minha e de milhares de lisboetas que lá nasceram.


A MAC é um espaço emblemático de Lisboa, não só pelo magnífico palacete onde se insere, pelo espaço em redor, pela mítica... ali perto, existe uma famosa loja de roupinhas para bébés pré-maturos... onde as fraldas parecem lenço de assoar! Tudo é liliputiano, tudo mínimo (e carissímo, mas agora não interessa nada!).

A MAC precisa de obras, obras enormes, está longe de ser uma maternidade de excelência... Portugal precisa de obras, de raiz, não de "obras feitas". Melhor, precisa de homens e mulheres de obras. E estes podem ter nascidos ou vir a nascer na MAC.

No que depender de mim, a MAC não encerrará.

É por isso que ontem estive no Abraço.


 

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