domingo, 8 de novembro de 2009

Reflexões






Enfrentei o espelho. Perguntei-lhe: "Porquê?" Ao contrário do conto, não me respondeu...


Respondi a mim mesma: " Não podes mudar os factos, não podes mudar o rumo da História. Pára de dar murros em pontas de facas. Encara. Encara-te. [Já] Não podes mudar nada, queimaste todos os cartuchos...De que adianta essa revolta, que te sufoca, que te estrangula, que te tira a vida? Vai, vai em frente. Vais ver que não dói nada."


As lágrimas, quentes e silenciosas como são todas as que reprimimos, desceram até ao colo. Lágrimas de saudade. Lágrimas de dor. A jugular pulsante reflectiu a vida que me percorre e o espelho devolveu-me uma imagem sorridente. A vida consiste em transformar lágrimas em sorrisos...por mais que nos custe a alma.



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