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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Mudam-se os Tempo…



Aos primeiros minutos da madrugada, sms(ei)* algo como: “Bem vindo à década dourada, vais adorar”. A resposta não se fez esperar, algo trôpega, de quem foi atropelado por um tsunami “e agora, como é que eu vou lidar com isto?”. Apaguei-a, com um sorriso (benevolente, porque não dizê-lo?), “deixa, eu vou cá estar, dou-te a mão sempre que precisares…”

Lembro-me da viragem: as trintonas de Balzac são as quarentinhas da actualidade… mais confiantes e sorridentes, mais mulheres, mesmo que uma ruguita se atravesse no rosto ou um cabelo branco teime em aparecer. O sorriso, esse, ilumina o rosto; os (bons) momentos são vividos com intensidade e saboreados até ao âmago, para que perdurem na memória. As cumplicidades são proporcionais ao tempo em comum e o “lembraste de…?” é cada vez mais frequente…“e quem disse que as regras são para cumprir?”

Mentalmente, revejo todas as pessoas que fizeram a travessia ao meu lado e, não restam dúvidas: estamos muito melhor agora que há uma década atrás: mais seguras e determinadas (o que não significa com mais juízo…!). “O caminho faz-se caminhando” e é muito, mas muito bom saber que existem…

* é como quem diz: enviei uma sms’s :)

Parabéns, V.!!! Vou estar por aqui!!!


…Mudam-se os Tempos.
Até se mudam as Vontades.
Mas a Verdadeira Amizade será sempre a base da Humanidade.

…para TODOS os meus Grandes Amigos, aqueles que moram no lado esquerdo do peito…


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Terçaaaaaaaa



Inexplicavelmente, acordo a sorrir e a entoar: "'cause i need you, i need you like sunday morning, hã hã hã...", assim, tal e qual, desta maneira pessoal...

A Pipoquinha, no tapete, devolve-me o sorriso, abanando a cauda. Espreito através da persiana, está Sol.

Sol...em oposição ao dia anterior, o último dia de Maio despede-se com Sol quente, brilhante, vivo...resplandecente dentro de mim!

Sinto-me assim...leve!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Preciosidades








No fim-de-semana, ocorreu um contratempo. Sou pouco dada a “contratempos”, tenho sempre um plano B na manga. Sou assim, a chamada preventiva. Mesmo com o ar mais descontraído do Mundo (e arredores!), quem me conhece sabe que tenho sempre um recurso. Não sei se é bom se é mau, nem me interessa, apenas ofereço confiança…haja o que houver, “ela” já pensou em tudo.

Neste caso, correu-me mal, não dependia de mim: apesar de me debater até à exaustão (e se sei ser argumentativa!), recebi um “impossível” como resposta, que me deixou a rosnar: não há impossíveis, há oportunidades.

Objectivando, o contratempo foi com o meu bebé de 4 rodas, aliás, prontamente resolvido mal cheguei à Cidade…sempre que regresso de qualquer sítio, por menor ausência, acaricio o capot, murmurando: “A mãe chegou…” e iria jurar que ele pisca os olhinhos, tal como o outro que o cinema celebrizou...

Num dos muitos argumentos utilizados (na árdua tentativa de resolver o contratempo na Vila, fosse a que custo fosse), citei a Preciosidade, o outro bebé, que descansa, calmamente, na
garagem, de portas blindadas: o Clássico, verde inglês e cromados a brilhar, de 2 lugares e muita garra… A Paixão…não há palavras para descrever A Preciosidade. Não tem as modernices actuais, não acende luzes nem pisca mostradores e, sobretudo, não grita comigo.

Apenas e só, é um carro. Melhor, é A Preciosidade…F. “apaixonou-se” por ele também (quem sabe, primeiro por dele do que por mim…), adoptando-o, conservando-o e estimando-o melhor que eu. Quando necessário, recomenda-me: “não te esqueças de O pôr a trabalhar…”,
não esqueço, dá-me prazer levantar a porta da box e ligá-lo, ouvir o ronronar forte, seguro e tranquilo. Relembro quando o utilizava, faz muitos, muitos anos, quando se podia circular com qualquer viatura, sem despertar demasiadas (e indesejadas!) atenções…Actualmente, impera o “quero o mais discreto possível, que ninguém olhe para mim, só me interessa a alma…e que ande... se for necessário, que seja veloz...como o vento”. Agora, a Preciosidade circula três ou quatro vezes por ano, mas sempre em Glória, atraindo olhares de admiração pelo seu esplendor daqueles que realmente sabem reconhecer um’A Preciosidade.

É sobretudo nas madrugadas amenas que sinto uma vontade irresistível de assistir ao nascer do sol, no ponto mais alto da Cidade, virada para o Tejo. A Preciosidade a percorrer as ruas quase desertas, a saborear a brisa da manhã e esperar pelo Sol.

Neste encadeamento, há filmes que não posso perder…Gozam-me, troçam-me, é uma mancha no meu curriculum (ai, fico tão ralada!)… mas esquecem-se que já vi tanto, mas tanto filme em bom, que me permito ver o que me apetece, puro entretenimento, pura adrenalina…e ninguém tem nada com isso!


Velocidade Furiosa 5 / Fast Five

De: Justin Lin / Com: Paul Walker, Vin Diesel, Dwayne Johnson, Jordana Brewster 131 min.
Sinopse: Após terem sido cúmplices na libertação de Dominic Toretto (Vin Diesel), a sua irmã Mia (Jordana Brewster) e o ex-polícia Brian O''Conner (Paul Walker) são também procurados pela polícia. Agora, a viver no anonimato na cidade do Rio de Janeiro, os três tentam um último golpe com o propósito de reconquistar a liberdade. Contudo, mesmo longe do seu país, acabam perseguidos pelo agente do FBI Luke Hobbs (Dwayne Johnson), um homem determinado a fazer cumprir a lei a qualquer custo. Mas chegado ao Brasil, Hobbs percebe que a lei nem sempre está do lado da justiça e que, neste caso, terá de confiar na sua intuição se quiser encontrar os verdadeiros criminosos. Realizado por Justin Lin, é o quinto filme da saga "Velocidade Furiosa", dedicado aos adeptos do "tuning" e do "drift racing" - uma sucessão de acelerações com o conta-rotações no limite, travagens bruscas e derrapagens controladas -, desta vez com o Rio de Janeiro como cenário. No elenco, o português Joaquim de Almeida.


Já sei que os rapazes caíram num pote de esteróides (tal como o Obelix). Já sei que não pronunciam 2 frases seguidas…sei tudo e muito mais: sobretudo, garantem-me 2 h de descanso, adrenalina e deslumbramento – não é pedir demais!
Contrariamente ao esperado, a história até se compõe, num recurso ao argumento de Ocean Eleven. Assim, o argumento está bem conseguido, dentro da categoria, atenção. Quanto ao resto…esqueça o preconceito e espreite…se for capaz!




 

domingo, 8 de maio de 2011

Contrastes





ESPERAR
Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver.
MRP in Diário da tua Ausência
 
“Esperar” é um verbo recém-chegado à minha vida.

Esperar não significa ficar de braços traçados, “à sombra da bananeira”, à espera que as coisas caiam do Céu…

É a antítese. É a “batalha” inteligente e não baseada na força bruta.

Esperar, agora, significa tolerância. Significa saber esperar pelo timming certo - o nosso e o dos outros!
Implica trabalho árduo, empenho. O chamado “semear”. Dedicação. Talento. Inteligência, claro.

Sem esforço. Com gentileza. Com sinceridade. Com confiança.

Continua a reinar um “tatuaste a minha vida a ferro e fogo”…com alguma ponderação. Mas sem recear manter “ o peito aberto às balas”…

Não é em vão que, diz o povo, "saber esperar é uma virtude, porque quem tem pressa como crú"...

domingo, 1 de maio de 2011

Revelações




N’A TELA
“Meu olhar... tu na tela
fotografo em canto e em verso.
Tua pele salgada marco
no rastro dos meus afagos.
Teu seio, meus beijos,
molhados nos rastros do gelo,
me deixam a deriva.
Tal qual um monte de feno,
teus pelos de Vénus me encarceram
num sonhar sereno.
Nas tuas entranhas com meus dedos dormentes
deixo minhas impressões digitais.
Esquecê-la? Jamais...
Nos lábios, o calor de sua febre verão,
E no derradeiro beijo, teu corpo nas nuvens, na tua alma, minha perdição!”

Autor Desconhecido


Algumas (muitas!) pessoas têm perguntado o fundamento de A Tela. Quando criei este perfil, lá nos finais de 2007, creio, simbolizava o evidente: um A Tela, em branco, que todos os dias se renova de cor(es), consoante os sabores, os sentimentos, as variáveis da equação que é A Vida.

Não como referência de instabilidade, mas, digamos, como uma Colecção de Retratos, preenchidos, pintados e em constante (e orgulhosa!) exibição.

Essa é a ambiguidade da imagem que escolhi para apresentar A Tela, imagem polémica para alguns, bela e interessante para outros…Já ouvi de tudo, se isto, de facto, tem interesse para alguém.

Por vezes, não muitas, não vá dar o caso de me habituar (mal!), P. chama-me sweet canvas

Umas vezes, A Tela é doce, noutras, é sarcástica e mordaz...Em perfeita simbiose.

Muito antes da música ilustrar o filme Contraluz (que adorei, conforme tive já ocasião de expressar), A Tela existia por aqui e por ali, nos meus detalhes e pormenores…sobretudo, com metáforas e ironias (nem sempre a subtileza é o meu forte!), mas sempre com alguma contenção.

Essa mensagem foi maravilhosamente aproveitada por Olavo Bilac, que não conheço pessoalmente - apesar de conhecer um dos elementos da banda, este paralelismo, obviamente, nunca foi abordado.



Segredinho: às vezes, escuto comentários a esta música…que me fazem sorrir…discretamente, como não poderia deixar de ser!



sábado, 30 de abril de 2011

Sorriso(s)




"Ela não é perfeita - tu também não és, e os dois poderão nunca ser perfeitos juntos… mas se ela te consegue fazer rir, fazer pensar duas vezes e admitir que és humano e que cometes erros, agarra-a e dá-lhe o máximo que conseguires.

Ela poderá não pensar em ti a cada segundo do dia, mas dar-te-á uma parte dela que sabe que poderás quebrar - o coração.

Por isso, não a magoes, não a mudes, não analises e não esperes mais do que ela poderá dar. Sorri quando ela te fizer feliz, diz-lhe quando ela te puser furioso e sente a falta dela quando ela não estiver.”

(Bob Marley)
 
…serás capaz?

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Relativizando...






... A trovoada que brindou a Cidade (e outras regiões) esta tarde fez esquecer o Casamento Real, a "troika", o FMI  ou é apenas impressão minha?...



...amei...a Força da Natureza...desafiadora...shiuuuu...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Queria tanto...





...escrever do que não posso!

Este é sempre o grande obstáculo!

Quando o ultrapassarei?!

Mini-mini-mini-mini férias




S. Pedro acompanha-nos...who cares?

Ir...ir...ir...ir...pensamento (quase!) constante ao longo desta semana!
A Vila espera-me...

domingo, 5 de dezembro de 2010

To whom it may concern...#1







"A cada dia que vivo, mais me convenço que o desperdício da vida está no amor que não damos.
Nas forças que não usamos.
Na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade."
(Carlos Drummond de Andrade)


... é um total desperdício!




O que nos faz verdadeiramente feliz???



- Os "Amores da minha vida", sempre!
- O Mar.
- O Sol.
- A Liberdade.
- O Silêncio.
- O Estar.
(...)


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

quinta-feira, 11 de março de 2010

[Ainda] A Mais Bela



“(…) Merecem não só esse como também os outros 364 dias do ano. Merecem porque são elas que sofrem preconceitos, são elas que carregam ao colo o nosso mundo, com as suas injustiças e discriminações; porque são o centro nuclear da nossa vivência. É a mulher que é forte quando é preciso, é a que pode perder a luta, mas não os ideais. É delas o aconchego, o sorriso e o abraço. É a Mulher que não deixa cair a coragem, é ela que, de saltos altos, sonha em tocar a sua lua de esperança, que não faz cair por terra um sonho desfeito por um acaso do destino. É a que troca a direita com a esquerda, mas também sabe ser guerreira sem armas para guerrear. É tempestade e bonança. É esposa, mãe, mulher heroína, diamante que não se lapida. Sexo fraco? Só para quem não quer admitir o contrário. Mulher é sinónimo de mistério. Um mistério que nenhum homem alguma vez irá desvendar a 100%. E que belo mistério.”

Paulo Fragoso – RFM (paulo.fragoso@rfm.pt

…quem escreve [também] assim…Porque não manifestam este reconhecimento com maior frequência? Seríamos todos tão mais felizes, caramba…

Segredinho [que estala na ponta da língua, prestes a saltar]: tive a minha homenagem ontem, pela hora de almoço [frequentemente a hora de almoço está relacionada com agradáveis notícias…hum, o prazer da gula…”mastigo” no assunto, é caso de análise]: chegou por mail, personalizada, exclusiva e individual, como eu gosto [sms’s e mail’s standard tiram-me do sério ... a sério … porque me considero diferente – tal como muitas outras que tenho o prazer de conhecer, “somos mulheres diferentes” – e exijo esse reconhecimento, sorry], sincera, algo tímida, mas muito, muito verdadeira…E que me [nos] fez retroceder no tempo…exactamente 30 anos! “(…) Estás muito mais bonita agora (…)”, é só o que eu posso revelar, a parte visível do iceberg, transformado em palavras. E o sorriso que esboço conforme vou lendo, reporta-me à adolescência: quero acreditar que se refere à beleza interior, ao amadurecimento, à postura, à valorização pessoal…
Seja como for, admito, vaidosa, o ego rejubila…é a Primavera!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Dia 1 Janeiro – Dia Mundial da Paz



“A paz não pode ser mantida à força. Somente pode ser atingida pelo entendimento.”
Albert Einstein

Só porque me apetece todos os dias …e não apenas e só hoje.

Homenagear todas as pessoas fabulosas, a quem tenho o privilégio de ter por amigos/as. É sempre com muita emoção que o faço, porque as palavras são sempre poucas para expressar a admiração que sinto por eles/as.

Conheço pessoas fantásticas, únicas, na sua forma de estar, de pensar e de agir. Solidárias, inteligentes, amigas, altruístas, criativas.
Com o seu Ser contribuem para a minha Paz.

Pessoas que partilham a sua vida comigo, com entrega. Não são as risotas e as borgas, são também as lágrimas derramadas, os corações despedaçados pela perda, as mãos apertadas, com toda a força, aquele abraço…e aqueles sorrisos!

E estas pessoas fazem, de facto, a diferença e contribuem para um Mundo melhor [mas MUITO MELHOR, MESMO!]

A maior parte são amigos/as de uma vida.
Estas flores são uma pequena Tela colorida, para que renasçamos dia-a-dia e possamos ser pessoas melhores, com o nosso inter-apoio, e, assim, tornar este Mundo melhor.


Outros, “não têm rosto”, têm apenas coração…e expressam-se através de linhas escritas…linhas rectas ou nem sempre…com humor ou melancolia…com partilhas de vivências. E vamo-nos aprendendo a conhecer.
Este “miminho” é dedicado a todos que “não têm rosto”, em reconhecimento, muito singelo, de apreço pelo bem que me fazem…Por favor, venham “recolhê-lo”…Intitulei-o “Miminho por um Mundo melhor”.

A todos, agradeço a vossa existência na minha vida, porque acredito que uma única pessoa possa fazer a diferença. Para mim faz e basta.


sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Porque não gosto…






…de hipocrisias , de gente “feia”, que apunhala, trai e amaldiçoa.
… da “caridadezinha” e da “solidariedazinha” um dia por ano.
… das sms’s e mails de
Boas Festas (“e onde estiveste tu durante todo o ano e só agora te lembraste?”)
…de falsas aparências nem de vernizes que estalam ao primeiro impacto.
…de Pastilhas de Cinismo.
…de idosos esquecidos em lares e/ou abandonados em hospitais…”mas hoje e tal…é Natal…vamos lá visitar a titi…”
…de crianças mal-amadas e votadas aos esquecimento, “compradas” por falsos afectos e atenções
…de lembranças de um dia.

Gosto de gostar:
- de ti, dos amigos, dos familiares, todos os momentos.
- dos “amores da minha vida”, todos os momentos.
- de partilhar…alegrias e angústias.
- que posso ser uma pessoa melhor, a cada dia de nasce.
- de olhar para o Céu, para o Mar, para as Estrelas, para o Sol, para o Vento, todos os momentos.
- de pessoas que ninguém vê, presos no nosso egoísmo desmesurado.
- de mim e de estar apaixonada por nós.

Não gosto do Natal, da sua falsa alegria, da falsa “atençãozinha”, da falsa iluminação, mas gosto de acreditar que o Natal pode ser quando nós quisermos…e não apenas um dia por ano, com data marcada…

Rompendo a
manhã , quando passear a Pipoquinha, os eco-ponto vão estar a abarrotar de sonhos desfeitos…mil embrulhos e pedaços de fitas coloridas, que jazem à chuva…pedaços que cumpriram a sua função…de amar alguém por 10 minutos!

Participando em Fábrica de Letras - Desafio de Natal (Dezembro 2009)

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Dizias...






...que estavas no escuro e frio.


Agora, estás quente e luminoso.


...que recuperaste parte da vida.


Que vida?, perguntei.


...que era a vida que querias.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

domingo, 20 de dezembro de 2009

Eu já...

...tive dias incríveis!

...tive momentos inesquecíveis!


Uns bons, outros nem por isso...


...despensei finais. Não gosto de "fim", sejam bons ou maus...são sempre uma etapa que termina, que nos prende ou alivia. Que nos marca, a ferro e fogo...


Gosto de "recomeços". Amo "recomeços" bons, optimistas, vibrantes. Gosto de me apaixonar. Pelas "coisas", pelas paisagens, pela beleza, pelo trabalho, pelos animais, pelos livros, pelos filmes, por tudo que me faz sentir Bem e Viva. Até por mim...e por ti!


Pelo calendário civil, estamos perto de um reinício. Eu reiniciei já. Por vezes, para reiniciar, é necessário quebrar grilhões [sobretudo os invisivéis] e sinto-me mais próxima de quem já fui

Se este reinício me aproxima do fim...não sei, ninguém sabe, e nem quero saber, nem que me digam!







quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Se eu pudesse...




...diria que o Natal pode, mesmo, ser todos os dias...


Ontem, muito...


Hoje, bastante...


Amanhã, demasiado...nunca!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Um domingo como outro qualquer


A frente polar fez-se sentir…um dia lindo, de arrepiar!
Não muito cedo, para não apanhar com “os estragos” das noites dos outros, é tempo de rumar à Vila, o sítio onde viveria eternamente, onde me encontro…
Não sem antes um pedaço de “Conversas Soltas”:

“ – blablabla - …descobrir ser lésbica aos x anos…” - comenta F., entendendo-me uma revista cor-de-rosinha.
“ – Vês o que os homens podem fazer a uma mulher?” – contraponho – “ E ela…descobriu isso numa gaveta, não? Assim, tipo uma coisa esquecida, que de repente…oops, voilá!”

Folheia a revista, encontra a notícia e lê: “blablabla…teve 3 casamentos e 5 filhos…”, vou atalhando: “…com isso tudo, não admira…”, “ninguém pode dizer que ela não se esforçou, por muito menos, até eu…”

De repente, a “campainha” disparou: “Ah, mas essa é aquela…a mãe do rapaz do Regresso ao Futuro…da série…como se chama…que os pais eram todos pra frentex, e os putos uns grandes betinhos…”Quem sai aos seus!”, caramba, nem me lembrava, sabes qual é?, isso foi “noticiazinha” durante a semana, pois foi…” – concluo, “esgotada” com o esforço.

“ - E é bem gira!” – opina-se.
“- Ah, pois é” – concordo – “muito gira, mesmo...! Vou à Vila, volto a meio da tarde, antes do trânsito dos paroleses de domingo e antes que escureça…”
“ – Dá cumprimentos ao pessoal” – recomenda-me F. com um olhar semi-triste – “ Agasalha-te, vem ai uma frente polar”.
“- Sim, já me disseste ontem” – a minha paranóia do “não posso adoecer, que tenho muito trabalho…” já é conhecida por todos que me conhecem.

O percurso, curto, é saboreado a cada instante: a Pipoquinha dorme no banco de trás, pacificamente, como é costume. Cada desvio, cada curva, coloca-me mais perto. A Pipoquinha sente o cheiro dos eucaliptos e respira fundo, sabe que estamos a chegar. A chegar, com um sorriso!

Contorno a Vila, admirando a paisagem como se a visse pela primeira vez, desvio para a Doca, devagar, devagarinho, quase paro antes de pisar as primeiras redes. Uma mão no ar manda-me avançar, agradeço e cumprimento com um aceno. Mal me avistam, os “meus melrinhos” aparecem, vindos sabe-se lá de onde: há petiscos e festas para todos e “estás tão grande, miúdo, ainda te lembras de mim?”, “ tu, continuas gira, Mariana”. A Pipoquinha, distante, observa, com ar “enjoado”: ai que chatice, tanta confusão, e depois querem-me cheirar, fujo, sento-me…”, olho para ela: “esta miúda sai à “mãe”: não se cheguem muito a mim, que eu não gosto…” Deixo a canzoada a comer e procuro os gatos, abanando o pacote da ração, aparecem de todos os lados, esfregam-se nas minhas pernas, querem festas, muitas festas…que saudades destes meninos. Procuro um sítio abrigado e seco, entorno alguns pedaços, dou-lhes à boca e deixo o saco aberto, sirvam-se…Aceno a quem me observa, que retribuem e encaminho-me para a Pipoquinha, “vamos, querida, vamos passear…” Não se faz rogada e caminha à minha frente, cheirando os cantos, as redes (“não pises as redes, podem ter anzóis”), as madeiras, tudo o que encontra. E caminho pelo meio, inspirando profundamente, querendo “este” mar só para mim, como se o pudesse reter no peito, nos pulmões, em qualquer lado…vários pescadores estendem redes, desembaraçam cabos, o mesmo de sempre, seja Verão ou Inverno. Cumprimentam-me, falam alto, homens habituados a sobrepor a sua voz à Voz do mar. Vigio a Pipoquinha, eles “vigiam-me”:
“ – Tenha cuidado” – apontando – “não se chegue muito à frente, ali o mar…”
“ – Não se preocupe, não me aproximo: o meu marido diz que o mar é como as mulheres…” – largo uma gargalhada.
“ – Ah, as mulheres são muito piores!” – e riem-se, aqueles rostos que a dureza do mar sulcou. Estes homens que me “aceitam” no seu mundo, sem perguntas, que me “arranjam” sempre um cantinho, para o carro (“posso, de certeza? Não me risquem o carro, se precisar, acene-me que venho tirar…”, em resposta ao seus frequentes “ponha aqui, fica mais perto” e desviam rolos e rolos de cabos), para mim (“só preciso de uma língua de areia, para a sombra da cachorra”), que se riem, porque não quero ir “para o monte de gente” e dizem “esta é a melhor praia” e dos “malabarismos”, encarrapitada nas rochas, quando a maré sobe, e de quando tomo banho, escondida da Polícia Marítima, contrariando a proibição…Estes homens simples, alguns iletrados, mas que são os homens do nosso povo, que partilham comigo o “seu” mar, sabendo que não o danifico, que assumem os seus medos, sem pudores, mas com respeito pela Natureza…e caminho ao sol, este sol quase branco, absorvendo e recordando memórias.
Deparo-me com Mestre Jacinto, ainda a 4 passos estende-me a mão, numa fraqueza única. Desenluvo a minha rapidamente, que se perde naquela mão escura e calejada, com visível satisfação. Pergunto pela família, pelos cães, como vai a vida…Pergunta-me pelo “patrão”, convida-me para almoçar e acrescenta: “ Vê, limpei o céu para si…”, é uma private joke, que me repete [quase] sempre que me vê, referindo-se ao céu limpo de nuvens. Agradeço com um amplo sorriso, vou continuar, “só vim ver os mergulhões, ainda lá estão?”, Confirma-me e recomenda-me: “Quando for embora, não vá por ali, há o perigo de derrocada…”, não vou, fique descansado, isso é para o irreverente do meu marido, eu não arrisco…

Continuo, como se não houvesse fim: os optimists preparam-se para largar, o instrutor (“filho da escola”, colega de F.) acena-me: “blablabla…queres vir dar uma volta?”, não posso: não tenho tempo, tenho a cachopa (e aponto os meus pés) e não me vou descalçar, mas pergunto, ansiosa “as “minhas” praias ainda têm areia ou o mar já levou tudo?”, tudo ok, tens as tuas praias à tua espera, tranquiliza-me. Dou um olá à garotagem, “meninos, divirtam-se, mas respeitem, o mar é nosso amigo”. Encaminho-me para o Naval, um grupo prepara a saída, verificam equipamentos, recebem instruções, nem me aproximo. Alguns acenos, que retribuo de longe, exibindo 3 dedos (gosto deste pessoal, comunicamos com silêncios). Vejo-os arrrancar, potência [quase] máxima, 2 motores fora de bordo num fogo de artifício de espuma branca…Isto era para mim? Parece que sim, recebo um aceno! Sorrio de satisfação, a vê-los desaparecer…Quanto já caminhei? Não me interessa, já cheguei: encarrapito-me numa rocha, instalo a Pipoquinha na mais plana que há e fico a vê-los…já não distingo o “meu” mergulhão, o que se mantinha a um metro de mim, na baía…e fico ali perdida, a observá-los, tempos sem fim, ao vento, ao sol…

Regresso por outro caminho, desfruto o prazer da caminhada, salpicada de cumprimentos. Encho a tigela que retiro da mala com água de uma torneira para a Pipoquinha, que bebe com satisfação. Continuamos, vagarosamente, detenho-me na esplanada, “espera aqui, que venho já”, entro, vigilante (desde que me veja, não se mexe), cumprimento, peço “blablabla, dá-me qualquer coisa, tenho sede, um sumo natural do que tiveres…laranja, cenoura…manga…maracujá, o que tiveres…olha, arranja-me dois, se faz favor, estou cheia de sede…para comer, nada, não me apetece, só tenho sede, é do vento…”

E o tempo passa e eu não dou conta. A Pipoquinha deitada aos meus pés, imóvel, mas vigilante. A custo, levanto-me: “são horas, querida, vamos!”. Deleito os olhos e o coração, viro as costas a sorrir…Haja o que houver, estará aqui, à minha espera…