N’A TELA
“Meu olhar... tu na tela
fotografo em canto e em verso.
Tua pele salgada marco
no rastro dos meus afagos.
Teu seio, meus beijos,
molhados nos rastros do gelo,
me deixam a deriva.
Tal qual um monte de feno,
teus pelos de Vénus me encarceram
num sonhar sereno.
Nas tuas entranhas com meus dedos dormentes
deixo minhas impressões digitais.
Esquecê-la? Jamais...
Nos lábios, o calor de sua febre verão,
E no derradeiro beijo, teu corpo nas nuvens, na tua alma, minha perdição!”
Autor Desconhecido
Algumas (muitas!) pessoas têm perguntado o fundamento de A Tela. Quando criei este perfil, lá nos finais de 2007, creio, simbolizava o evidente: um A Tela, em branco, que todos os dias se renova de cor(es), consoante os sabores, os sentimentos, as variáveis da equação que é A Vida.
Não como referência de instabilidade, mas, digamos, como uma Colecção de Retratos, preenchidos, pintados e em constante (e orgulhosa!) exibição.
Essa é a ambiguidade da imagem que escolhi para apresentar A Tela, imagem polémica para alguns, bela e interessante para outros…Já ouvi de tudo, se isto, de facto, tem interesse para alguém.
Por vezes, não muitas, não vá dar o caso de me habituar (mal!), P. chama-me sweet canvas…
Umas vezes, A Tela é doce, noutras, é sarcástica e mordaz...Em perfeita simbiose.
Muito antes da música ilustrar o filme Contraluz (que adorei, conforme tive já ocasião de expressar), A Tela existia por aqui e por ali, nos meus detalhes e pormenores…sobretudo, com metáforas e ironias (nem sempre a subtileza é o meu forte!), mas sempre com alguma contenção.
Essa mensagem foi maravilhosamente aproveitada por Olavo Bilac, que não conheço pessoalmente - apesar de conhecer um dos elementos da banda, este paralelismo, obviamente, nunca foi abordado.
Segredinho: às vezes, escuto comentários a esta música…que me fazem sorrir…discretamente, como não poderia deixar de ser!
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