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O Domingo é, por assim dizer, o dia da semana mais indefinido…
Para muitos, é o antecipar do regresso à escola ou ao trabalho, existindo alguma ansiedade, de contentamento ou frustração. Para outros, será o encerramento de mais um fim-de-semana de noitadas, copos e borgas. Para outros, ainda, é um dia como outro qualquer…são os que já não dão conta do tempo, apenas da sua passagem, numa vã tentativa que os dias, todos iguais, sejam consecutivos, só e apenas. Para outros, é o regresso à rotina, àquilo a que chamam “as suas vidas”. Para outros, é o dia “da família”, de almoçaradas intermináveis, recheadas de algazarra [outros que tais, ora o “Dia da Família” não deverá ser todos os dias…]. Para outros, não é nada disto…é apenas o que quiserem que seja…
Para mim, o Domingo é [quase] sempre um dia de introspecção, assim como de balanços, balancinhos e balancetes. É a apreciação da semana que termina e a projecção e planeamento da que se avizinha, em diversos âmbitos.
E gosto de passear, neste domingo chuvoso mas ameno: de olhar as folhas laranja no chão molhado, evitando pisá-las, como se de fogo se tratasse. De apanhar as minhocas com um pauzinho, para as recolocar na terra, evitando que alguém as pise no passeio da cidade [solos saturados de água dá nisto, elas procuram outros “ambientes”, mas o Mundo, cá fora, minhas queridas, é muito perigoso…]. Igual comportamentos com os caracóis, que também “gostam” de “ver a cidade”: “Muito perigoso, meninos, voltei lá para os arbustos, estão bem mais seguros…”. De observar as folhas das plantas [há umas, giríssimas, que, do veio da folha, brota uma pequena flor…parecem insectos abrigados da chuva, mas não, são pequenas, pequenas flores, de pétalas azuis, um deleite para os olhos!], de observar as árvores quase nuas, sem poderem abrigar confortavelmente a passarada, do cheiro da terra molhada e dos eucaliptos [inspiro profundamente, para reter este cheiro na minha memória e “destapá-lo” quando necessitar…].
Porque a Vida não pára, mesmo que pareça amorfa. Porque, e tal como na Natureza, estamos sempre em constante renovação. Poderá ser [quase] imperceptível, mas a mudança/evolução acontece a cada segundo que passe.
Não só e apenas acontece num domingo…como outro qualquer!...gosto de me abraçar nestes momentos de introspecção...e de abraçar os outros...
2 comentários:
Eu senti o seu abraço!
Para mim um domingo é como eu quiser, hoje decidi ir ao cinema a fui...sozinha. As minhas amigas estão na fase do quentinho e eu há dois dias que não saía de casa (o que também gosto). Fui ver um "disparate" pegado mas ri às lágrimas... "2 Amas de Gravata"
Abracinho
E, como sempre, fez muito bem, Maria Teresa! Vou também algumas vezes sózinha ("antes só que mal acompanhada") e divirto-me sempre imenso! Fico feliz por si, e agendado o "disparate". Agradeço ter "sentido" o abraço...é, de facto,mt especial! Beijos
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