Mostrar mensagens com a etiqueta reflexões. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta reflexões. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 14 de março de 2012

A Lição



Interrogo-me diversas vezes sobre a Mentira. A mentira gratuita, chamada de perna-curta, a mentira de querer viver outras vidas ou ser-se como não se é. Admito que sempre me fez muita confusão. Encaro-a como conflituosa, ardilosa, falsa…puramente falsa realidade.
Todos colorimos a vida … com mentiras, os clássicos: “Ah, estava um tempo maravilhoso, foi um fim de semana impecável”, é uma mentira relativa: ok, choveu o tempo todo, mas quem disse que não gosto de chuva?! Ou “fiz umas compras excelentes”, no reino feminino, depreende-se peças boas e baratas (ocorre-me agora as minhas maravilhosas calças Prada, pretas de corte clássico, lindas de morrer… por 6 euros, num outlet! Genuínas, nada de contrafacção), mas, de novo, a noção de barato versus caro é relativa. E podia mencionar casos sem fim de situações diversas em que colorimos a vida diariamente…
Há cerca de 3 ou 4 anos, o João, rapaz de 23 anos, interessante, giro, inteligente, filho de uma das minhas maiores amiga, teve um relacionamento importante e duradouro. Até aqui, pacífico! O facto que aqui destaco é que a namorada do João não era da geração dele, era da nossa (da minha e da mãe do João). Até aqui, também nada demais: o João nunca demonstrou interesse por miúdas da idade dele: achava-as (e acha) acriançadas, fúteis, parvinhas e por ai fora… Só conheci a Helena por fotografia: uma mulher atraente, com um aspecto saudável, que não tentava esconder a sua (real) idade com roupa ou comportamento de adolescente. Por tudo que o João, apaixonadíssimo, contava era o retrato de uma mulher sensata, segura, enfim, uma pessoa interessante. [lembro-me que uma vez, a meio das nossas longas conversas, perguntei ao João se o relacionamento se baseava em cama (sexo apenas). Não esqueço o ar superior, quase agressivo, da resposta: “Se quisesse só cama, andava com miúdas da minha idade!” De imediato lhe pedi desculpa, mortalmente envergonhada perante aquele miúdo que conheço desde os seus 5 anos].
O relacionamento do João e da Helena tornara-se mais sólido, os meses transformaram-se em anos, o João andava muito feliz [sem perder o interesse inicial, como eu previra, pelo fascínio do desconhecido], mas nós, amigos e família… bem, ninguém conhecia a Helena pessoalmente. Nem ele é pessoa de trazer para casa os seus namoros, nem a ela parecia pessoa de querer aproximações. Tudo bem: vive e deixa viver!
Um dia, dá-se a catarse: o João “descobre” que a Helena é casada (confesso que não me recordo de detalhes, só dos danos causados pela bomba). Não houve cenas de pancadaria, nem grandes ofensas nem escandaleiras, apenas um João completamente destroçado…Foram dias, foram noites de revolta, injúrias, pragas e alguns impropérios de um João inconformado. Eu limitava-me a ouvi-lo (que dizer numa situação destas, o clássico “isso passa”, “o tempo cura tudo”, “vais encontrar outra rapariga, vais ver”? Nem pensar, não faz o meu género - sabemos que é verdade, mas… é deixar o tempo falar por si), mas a certo momento quis saber:
- Ò João, se a Helena tem dito, quando vocês começaram a sair, que era casada, teria feito alguma diferença para ti?
- Claro que sim, A. - indignou-se, aos gritos - nunca teria andado com ela.
Pausa…silêncio… respirar fundo:
- Então, João, tu obrigaste-a a mentir-te…Ela percebeu que, se te dissesse a verdade, te perderia, logo ao início… tu não gostavas dela o suficiente para superar isso.
(…)
Recentemente, fui confrontada com uma situação: sabia a priori que, respondendo a verdade, iria provocar decepção noutra pessoa. Era uma situação informal e confesso que hesitei. Mas pensei: “porquê mentir por uma banalidade?! Posso mentir, sem o mínimo risco de ser apanhada… mas porquê? Porque raio vou mentir?!”
E não previ as consequências de um simples e verdadeiro “sim”: a decepção, a crítica, a discriminação que vi estampada no rosto deixaram-me aterrada.
Senti-me (quase) uma criminosa, a ser julgada por um hábito. Seria patético contra-argumentar, apeteceu-me virar costas e dizer “eu não estou para aturar esta m***, não fiz mal a ninguém!” Aguentei mais ou menos firme, esperando que percebesse que estava a magoar-me, “julgando-me”, rotulando-me, pela expressão que manifestava. Comecei a ver a perda acontecer diante dos meus olhos, a senti-la irreparável talvez.
Teria sido tão mais fácil mentir, mas tão mais fácil…, um “não” mentiroso teria feito toda a diferença do Mundo. Até podia ter, habilmente, contornado o assunto sem responder, omitir apenas. São tão ágil nisso, em esquivar-me... seria tão fácil!
Agora, era tarde de mais.
Agora, percebo (um bocadinho) o porquê de tanta mentira.
Agora, se pudesse voltar atrás, eu também teria mentido…
Mas, como disse ao João, naquele momento, “Só se perde o que nunca foi nosso”.
(…)
Quanto ao João, não voltou a ter nenhum relacionamento sério: mantém o interesse por mulheres mais velhas, sai com elas, mas não confia, escarneia, troça. Raramente sai duas vezes com a mesma. O João tem epilepsia, o que não o impede de ter uma qualidade de vida igual aos outros jovens, apenas deve descansar 8 h/dia, ter uma vida regrada e saudável. Presentemente, o João trabalha 14 h como engenheiro informático, é DJ num espaço nocturno muito conceituado em Lisboa, dorme 4 h/noite e tem “relações chiclet”.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Erase




Acordei esta manhã com uma agradável e suave sensação de bem estar. Espreitei o dia que amanhecia cinzento e espreguicei-me, sorrindo na penumbra. A Pipoquinha aproxima-se da minha cara e, abraçando-a, recordei o dia anterior:
Jardinagem
A decisão estava tomada há muito, mas, mesmo em tempo de férias, estava com uma preguiça... Mesmo sabendo que era imperioso: as ervas-daninhas estavam a destruir o meu jardim…

Estas ervas-daninhas estavam camufladas sob lindas e belas flores, não sendo visíveis à vista desarmada.

São ardilosas, maquiavélicas, cruéis, lixo nuclear, que alastra e contamina o solo e o ar.

Piores que as flores de plástico. Estas, coitaditas, sem odor, sem cor, nem vida abundam nos cemitérios e em jarras de mesas com toalhas aos quadrados. São pirosas, falsas, que se detectam ao primeiro olhar, que só enganam enquanto queremos ser enganados

Para arrancar, pela raiz, as ervas-daninhas, não é fácil. Não basta decidir e já está…Nada disso: devemos aguardar pelo nosso momento, aquele em que estamos preparados e seguros para a execução. Exige estar em boa condição física e psíquica, calçar umas luvas, observar pela última vez o nosso jardim (sim, porque ao extrair as ervas-daninhas também somos forçados a matar algumas flores outrora belas e viçosas…apesar de contaminadas!), e sem apelo nem agravo…mãos à obra!
Lenta e conscientemente, uma a uma, as ervas daninhas, que viveram meses no meu jardim, são arrancadas.

Uma a uma.
Sem ressentimentos.
Uma a uma.
Sem mágoas.
Uma a uma.
Sem hesitações.
Uma a uma.
Com a frieza-clínica que me caracteriza na tomada de decisões inadiáveis.

É uma tarefa dolorosa; mesmo sabendo da sua existência nefasta e destruidora.
Colocadas em monte, sacudo as mãos, descalço as luvas - Well done! - e ateio-lhe fogo.
As flores contaminadas contorcem-se, gemem, reduzem-se a cinzas: os Sonhos do Jardim Paraíso.

O fumo deste Fogo emite letras, que formam uma palavra: VERME - e eu sorrio de satisfação.

Ao pôr do sol, a tarefa está concluída. Sinto-me leve e em paz. Aliviada.

Recolho as cinzas.
Poderia guardá-las numa urna, no Baú das Recordações.
Opto pelo latão do lixo. É onde pertencem: à covardia, à mentira, à falsidade…
Viro as costas com indiferença: ACABOU! PARA SEMPRE!
(…)
Aproximo-me da janela do meu quarto e deparo-me com o meu jardim quase despido: sobraram poucas flores sãs…entristeço-me por um segundo - há muito tempo que esta execução deveria ter sido realizada e nunca tomaria a propagação que obteve -, mas já tenho novas plantas, novas flores, novas sementes, nova vida para decorar o meu jardim. E sei que darão bons frutos…

Acaricio a cabeça da Pipoquinha:
“ - Anda, querida, vamos para a praia! Que biquini vou usar hoje?…”

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O barómetro da Felicidade




Sem querer, sem ser por estas palavras, defendo-o acerrimamente:
“(…) a felicidade decresce até à meia-idade (46 anos é o fundo do poço), a partir dai cresce consideravelmente. Segundo explica um artigo da revista The Economist - The U-bend of life (…) - é exactamente quando se começa a perder a vitalidade, a acuidade mental e a ganhar rugas que a felicidade aumenta. Explicação: (as pessoas) já viveram o suficiente para saber o que realmente vale a pena, estão menos zangados com o mundo, mais tolerantes, já se aceitam como são, controlam as emoções, conformam-se com as fatalidades e resolvem mais rapidamente os conflitos. Acima de tudo, a morte de muita gente querida dá-lhes a noção que a passagem pela Terra tem um prazo e que, por isso, há que aproveitá-la bem.” (Isabel Stillwell)

É esta definição, é este o conceito que, muitas vezes, quero passar, quero interiorizar também. Relativizar é a palavra de ordem (para mim, sobretudo: aprender a sacudir…)

Para quem está de férias (ou não!), “a descoberta aplica-se a todos”. - sou tão precoce, ainda me falta um bocadinho para chegar ao fundo do poço e já fujo dele a sete pés…

Alguns não precisam: tenho a sorte e o privilégio de conhecer, conviver e ser amiga de  miudagem (abaixo dos 30 anos!) com cabeças fenomenais, mas outras pessoas…gostava tanto que tivessem mais 10 anos…Mas a vida não é como queremos, é como a fazemos e hoje somos o resultado das decisões tomadas há 20 anos!


domingo, 8 de maio de 2011

Contrastes





ESPERAR
Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver.
MRP in Diário da tua Ausência
 
“Esperar” é um verbo recém-chegado à minha vida.

Esperar não significa ficar de braços traçados, “à sombra da bananeira”, à espera que as coisas caiam do Céu…

É a antítese. É a “batalha” inteligente e não baseada na força bruta.

Esperar, agora, significa tolerância. Significa saber esperar pelo timming certo - o nosso e o dos outros!
Implica trabalho árduo, empenho. O chamado “semear”. Dedicação. Talento. Inteligência, claro.

Sem esforço. Com gentileza. Com sinceridade. Com confiança.

Continua a reinar um “tatuaste a minha vida a ferro e fogo”…com alguma ponderação. Mas sem recear manter “ o peito aberto às balas”…

Não é em vão que, diz o povo, "saber esperar é uma virtude, porque quem tem pressa como crú"...

Engana-me Que Eu Gosto / Just Go With It








Meados de Abril, uma trovoada (outra!) abate sobre a Cidade.
Para iniciar a semana, depois de um espectacular fim de semana, comediazinha light...Com a chegada do FMI, tudo serve para me animar e até me permito alguma futilidade - se não gostar do que leu até aqui, chegou a um "STOP" e mudança de direcção obrigatória...).

Resultados inesperados já sabemos que não há, nunca houve. Depende sempre da forma como vemos a(s) coisa(s).
No entanto, aproveito uns escassos minutos de película, desempenhado pela Nicole e o seu estranho marido (quem assistiu ao filme, sabe do que falo...), em que podemos extrair algo de menos banal: cada vez que se separam, dizem um ao outro, de olhos nos olhos, "aquilo" que mais apreciam no outro...estas características/elogios são do mais bizarro que podemos imaginar (perante este estilo de filme, queria o quê?): “a tua masculinidade”, “a tua beleza”,
etc…Talvez devamos parar, abrandar um instante que seja e reflectir: todo o momento é o momento de dizermos que gostamos, que amamos…que as pessoas são importantes na nossa vida…porque pode não haver uma 2ª oportunidade.

Para reflectir…ou não!


De: Dennis Dugan
Com: Adam Sandler, Jennifer Aniston, Nicole Kidman
Género: Comédia / Classificação: M/12 / Outros dados: EUA, 2011, Cores, 116 min.
Sinopse: Danny (Adam Sandler) é um jovem e bem-sucedido cirurgião plástico que, embora solteiro, usa um estratagema de engate muito pouco convencional: diz que é casado, evitando assim envolvimentos mais profundos. Isto, até se apaixonar perdidamente por Palmer (Brooklyn Decker), a sua mais recente conquista. Mas, infelizmente, a rapariga julga que ele é casado. É então que Danny avança com a história do divórcio. Mas a rapariga não se fica pelas suas palavras e exige conhecer a mulher de quem ele diz estar a divorciar-se. É então que entra Katherine (Jennifer Aniston), a dedicadíssima assistente de Danny, que acaba por ser obrigada a fazer-se passar por ex-mulher e, mais tarde, "emprestar" os próprios filhos a este casamento fictício. Assim, no meio de tanta confusão e de um fim-de-semana no Havai, muitas coisas vão acontecer na vida de todos os intervenientes, com resultados inesperados...

domingo, 1 de maio de 2011

Revelações




N’A TELA
“Meu olhar... tu na tela
fotografo em canto e em verso.
Tua pele salgada marco
no rastro dos meus afagos.
Teu seio, meus beijos,
molhados nos rastros do gelo,
me deixam a deriva.
Tal qual um monte de feno,
teus pelos de Vénus me encarceram
num sonhar sereno.
Nas tuas entranhas com meus dedos dormentes
deixo minhas impressões digitais.
Esquecê-la? Jamais...
Nos lábios, o calor de sua febre verão,
E no derradeiro beijo, teu corpo nas nuvens, na tua alma, minha perdição!”

Autor Desconhecido


Algumas (muitas!) pessoas têm perguntado o fundamento de A Tela. Quando criei este perfil, lá nos finais de 2007, creio, simbolizava o evidente: um A Tela, em branco, que todos os dias se renova de cor(es), consoante os sabores, os sentimentos, as variáveis da equação que é A Vida.

Não como referência de instabilidade, mas, digamos, como uma Colecção de Retratos, preenchidos, pintados e em constante (e orgulhosa!) exibição.

Essa é a ambiguidade da imagem que escolhi para apresentar A Tela, imagem polémica para alguns, bela e interessante para outros…Já ouvi de tudo, se isto, de facto, tem interesse para alguém.

Por vezes, não muitas, não vá dar o caso de me habituar (mal!), P. chama-me sweet canvas

Umas vezes, A Tela é doce, noutras, é sarcástica e mordaz...Em perfeita simbiose.

Muito antes da música ilustrar o filme Contraluz (que adorei, conforme tive já ocasião de expressar), A Tela existia por aqui e por ali, nos meus detalhes e pormenores…sobretudo, com metáforas e ironias (nem sempre a subtileza é o meu forte!), mas sempre com alguma contenção.

Essa mensagem foi maravilhosamente aproveitada por Olavo Bilac, que não conheço pessoalmente - apesar de conhecer um dos elementos da banda, este paralelismo, obviamente, nunca foi abordado.



Segredinho: às vezes, escuto comentários a esta música…que me fazem sorrir…discretamente, como não poderia deixar de ser!



sexta-feira, 29 de abril de 2011

Relativizando...






... A trovoada que brindou a Cidade (e outras regiões) esta tarde fez esquecer o Casamento Real, a "troika", o FMI  ou é apenas impressão minha?...



...amei...a Força da Natureza...desafiadora...shiuuuu...

domingo, 13 de março de 2011

12 Março 2011 - Na Av. da Liberdade, eu vi…



Esta foto é de minha autoria, há um Albúm no Facebook

Vi crianças, adolescentes, jovens, adultos e ‘adultos-maiores (vulgo idosos). Vi cães, acompanhando os seus donos, apoiando o ‘seu’ partido. Vi professores. Vi uma jovem, numa cadeira de rodas manual, com uma perna amputada. Vi um casal de avós, com um jovem-neto com Síndrome de Down, todos 3 embrulhados na Bandeira Portuguesa. Vi um adulto numa cadeira de rodas eléctrica. Vi uma jovem de muletas (e não era entorse, pé/perna partida…). Vi jovens (muitos!) a beberem cerveja e outras bebidas (menos água). Vi pessoas a fumarem charros. Vi jovens-casais empurrado carrilhos com bébés. Vi casais de namorados, de namoradas, de namorados. Vi muito, muito lixo no chão e a Equipa de Limpeza da CML a tentar “compor” a (nossa) Avenida. Vi pessoas a pisarem os canteiros, subirem às estátuas, cantarem e ‘dançarem’.

Vi a Nação sair à rua, em festa…De todos os estractos sociais, económicos, etários...

Não estou “à rasca, nem à rasquinha”, nunca estive, sempre me 'desenrrasquei'…felizmente, pertenço à geração intervencionista e ’progressista’, com bastante conforto económico e social (e como éramos intervencionistas!, apesar de todos os quadrantes políticos, religiosos e até futebolísticos). Íamos para a escola de transportes públicos, trabalhávamos nas férias grandes, saíamos muito (…e como saíamos!!!) e nunca nos faltou nada, nem nadinha, nadica mesmo, sobretudo na área da cultura: muita exposição, algumas viagens, muito cinema, livros, então, é melhor nem falar…muitos concertos e até ballet. Roupa de marca e telemóveis xpto não havia (felizmente!), nem madeixas aos 14 anos ou unhas de gel. Ginásios também não: desporto era na rua ou na Associação mais perto… O 1 ‘chasso’ veio com o 1º emprego (normalmente, da treta!) e saímos todos de casa dos pais com normalidade, ie, antes dos 30 anos e independentes.

Mas é a evolução! Nada mais que a evolução dos Tempos...

Não sou saudosista (sou mais feliz hoje do que quando era garotita!) …apenas tenho muito orgulho de mim, da minha geração e, sobretudo, dos meus Amigos: dos jovens que fomos e das pessoas que hoje somos!

Na Av. da Liberdade, esta tarde, vi muito, muito mais…e gostei de ver, mas agora, gostava de ver o resto…

Esta 'participação' na Manif. deu conversa pela madrugada fora, até às 4h da manhã, com F. a 'insistir' para eu não ir, podia haver problema, blábláblá...prometi manter-me afastada de todo e qualquer eventual 'problema' e o resultado está à vista e foi super-positivo!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Dia de…Dizer Tudo o Que Me Apetece




Quem me conhece, sabe que abomino os chamados Dia de…
Considero-os os ‘Dia das Minorias‘: Dia do Animal, Dia da Criança, Dia do Avô/Avó, Dia do Pai, Dia da Mãe, Dia de Natal, Dia dos Namorados…Dia do Rai-que-parta o marketing que ‘inventou’ toda esta trampice para aliviar consciências… a tal dos esquecimentos.

Longe de ser quem desejaria ser, tenho conhecimento profundo das minhas vastas áreas de melhorias, e esforçando-me por ser uma pessoa melhor todos os dias, compreendendo, aceitando, observando e, sobretudo, amando e valorizando os que me rodeiam.

Gosto de ser mulher. Mulher em grande, perdoem-me a vaidade. Gosto de ser guerreira, batalhadora, neste instinto de leoa, que nunca baixa os braços…’as árvores morrem de pé’.

Gosto de ser mulher. Porque até gosto de homens…

Gosto de ser mulher. Gosto de ser inteligente, intuitiva, sensitiva…aquele ‘toque’ de feiticeira - assusta, eu sei! Mas aqueles/as que vencem o ‘medo’, permanecem, permanecem para sempre.

Gosto de ser mulher. Gosto do talento, da sensibilidade e arte que albergo no coração. Gosto de procurar ver ‘aquilo que ninguém vê’, nesta busca incessante - e sem dormir! - de tudo quanto me preenche e realiza.
 
Desta forma, repito este texto que, há um ano, partilhei com várias pessoas, todas elas muito importantes na minha vida… Como tu, que me estás a ler agora!


O que Sempre Soube das Mulheres
Tratam-nos mal, mas querem que as tratemos bem. Apaixonam-se por serial-killers e depois queixam-se de que nem um postalinho. Escrevem que se desunham. Fingem acreditar nas nossas mentiras desde que tenhamos graça a pregá-las. Aceitam-nos e toleram-nos porque se acham superiores. São superiores. Não têm o gene da violência, embora seja melhor não as provocarmos. Perdoam facilmente, mas nunca esquecem. Bebem cicuta ao pequeno-almoço e destilam mel ao jantar. Têm uma capacidade de entrega que até dói. São óptimas mães até que os filhos fazem 10 anos, depois perdem o norte. Pelam-se por jogos eróticos, mas com o sexo já depende. Têm dias. Têm noites. Conseguem ser tão calculistas e maldosas como qualquer homem, só que com muito mais nível. Inventaram o telemóvel ao volante. São corajosas e quando se lhes mete uma coisa na cabeça levam tudo à frente. Fazem-se de parvas porque o seguro morreu de velho e estão muito escaldadas. Fazem-se de inocentes e (milagre!) por esse acto de vontade tornam-se mesmo inocentes. Nunca perdem a capacidade de se deslumbrarem. Riem quando estão tristes, choram quando estão felizes. Não compreendem nada. Compreendem tudo. Sabem que o corpo é passageiro. Sabem que na viagem há que tratar bem o passageiro e que o amor é um bom fio condutor. Não são de confiança, mas até amais infiel das mulheres é mais leal que o mais fiel dos homens. São tramadas. Comem-nos as papas na cabeça, mas depois levam-nos a colher à boca. A única coisa em nós que é para elas um mistério é a jantarada de amigos – elas quando jogam é para ganhar. E é tudo. Ah, não, há ainda mais uma coisa.
Acreditam no Amor com A grande mas, para nossa sorte, contentam-se com pouco.
by Rui Zink
É preciso ser-se muito homem para amar uma mulher…

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Gentes...



Os Convencidos da Vida
Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.
Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.

Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.
Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?
(...) No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível. Nos negócios, na política, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la. Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil.
Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes». Não importa: o caminho é em frente e para cima. A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro. 

Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas. Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface». Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.

Alexandre O'Neill, in "Uma Coisa em Forma de Assim"
Vivo rodeada deles/as. Como escapar-lhes? Como não corromper-me? Como dizer-lhes tudo o que penso? Para reflectir...ou não!
Simples: finjo que me deixo manobrar...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

sábado, 29 de janeiro de 2011

VAIS CONHECER O HOMEM DOS TEUS SONHOS / You Will Meet a Tall Dark Stranger




Sábado, 22 Jan. 2011, 14:00 h, CP

Duração: 99 minutos / Género: Comédia
Título Original: You Will Meet a Tall Dark Stranger
País: EUA / ESPANHA / Realização: WOODY ALLEN
Actores: Antonio Banderas, Josh Brolin, Anthony Hopkins, Naomi Watts

Sinopse: O filme acompanha um par de casais, Alfie (Anthony Hopkins) e Helena (Gemma Jones), a filha destes, Sally (Naomi Watts) e o marido, Roy (Josh Brolin), cujas paixões, ambições e ansiedades os metem em sarilhos e os fazem perder o juízo. Depois de Alfie deixar Helena para perseguir a sua juventude perdida na figura de uma jovem prostituta de espírito livre chamada Charmaine (Lucy Punch), Helena abandona a racionalidade e entrega a sua vida aos conselhos patetas de uma vidente charlatã. Infeliz com o seu casamento, Sally desenvolve uma paixoneta pelo seu atraente chefe, proprietário de uma galeria de arte, Greg (António Banderas), enquanto Roy, um romancista que aguardar com nervosismo uma resposta ao seu último manuscrito, fica alucinado com Dia (Freida Pinto), uma mulher misteriosa que o surpreende quando este a observa pela janela.




Não consegue igualar Match point nem de longe, mas é deveras superior a Vicky Cristina Barcelona

Assisti-o sorrindo sempre…mas só eu sei porquê ;)


domingo, 23 de janeiro de 2011

Mas…





"Ninguém pode fugir ao amor e à morte"
(Públio Siro)
É possível enganá-los.
É possível evitá-los.
É possível fugir-lhe.
É possível dizer “não”
 
… e … vida existe sem amor?

domingo, 16 de janeiro de 2011

TURISTA, O /THE TOURIST



Título Original: The Tourist
País: EUA
Realização:Florian Henckel von Donnersmarck
Classificação: M/12
Actores: Johnny Depp, Angelina Jolie, Paul Bettany

Duração:103 minutos
Género: ACÇÃO
Sinopse:
Frank Tupelo (Johnny Depp), um professor de matemática americano em viagem pela Europa, é abordado por uma belíssima mulher no comboio que liga Paris a Veneza. Elise Clifton-Ward (Angelina Jolie) sedu-lo sem apelo nem agravo. Mas o que parece o florescer de um romance rapidamente se transforma numa perseguição que escapa ao seu entendimento e que envolve simultaneamente a Interpol e um perigoso gangue russo. E a misteriosa Elise parece querer esconder mais do que um passado sinuoso... Esta comédia policial adapta o filme de Jérôme Salle "Anthony Zimmer", com Angelina Jolie e Johnny Depp nos papéis criados originalmente por Sophie Marceau e Yvan Attal. Trata-se da segunda longa-metragem do cineasta alemão Florian Henckel von Donnersmarck, cuja aclamada estreia "A Vida dos Outros" venceu em 2007 o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.






Perdi-me no glamour e beleza da Jolie, nas roupas e jóias, na sua figura... menos nos cenários, de uma Veneza (já!) remexida em tantas e tantas películas (mas em nenhuma como em Quarto com Vista para a Cidade)... perdi-me ...em tudo, menos no enredo e em Depp - o homem-fetiche de T. Burton - , porque esperava melhor... em e de tudo!
Exigente, eu? Nem por isso :)

sábado, 15 de janeiro de 2011

Que Mais Eu Quero/Cosa vogliodi più







“O seu realismo honesto empresta-lhe mordacidade e profundidade” - New York Times


Sinopse:
Anna é tudo o que se poderia esperar dela. Com um emprego estável e uma relação previsível, ela vive um quotidiano rotineiro até ao dia em que conhece Domenico, um homem casado e pai de dois filhos. Os dois envolvem-se e Anna experimenta, pela primeira vez, uma relação clandestina, impetuosa e apaixonada até ao momento em que decide que quer muito mais, arruinando para sempre o delicado equilíbrio daquela relação.
…E a cada dia que passa, ambos começam a exigir um pouco mais e a sonhar com uma vida diferente…


Para ver, saborear e reflectir (ou não!)...

domingo, 9 de janeiro de 2011

Dominguices




A amizade é, acima de tudo, certeza – é isso que a distingue do amor. (Marguerite Yourcenar)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Sorrisos




Durante a nossa vida,
Conhecemos pessoas que vem e que ficam.

Outras, que vem e passam.

Existem aquelas que,
...Vem, ficam e depois de algum tempo se vão.

Mas existem aquelas que vem e se vão com uma enorme vontade de ficar... (Charles Chaplin)
 
Estas são aquelas que, de facto, nunca deixamos partir…

sábado, 1 de janeiro de 2011

Desejos ou objectivos?






Há algum tempo que troquei as tradicionais 12 passas (uma por cada badalada da meia noite, como todos sabemos) por 3 simples uvas, frescas, gorduchas e coradinhas, cada uma simbolizando ‘um desejo‘.
O motivo é simples: na vida, não há uma lâmpada de Aladino, com um Génio disponível para satisfazer os nossos caprichos. Temos que nos esforçar para os alcançar, como todos sabemos… assim, devem ser exequíveis: não adianta pedir a Lua, ela nunca vai ser nossa…
 
Portanto, vejamos, o que poderei concretizar em 2011?
Sem dúvida alguma tudo aquilo que tento todos os dias, mas, nesta noite (apesar de ser, apenas, uma Passagem), com mais intensidade.

Saúde: posso procurar (ainda) uma alimentação mais saudável, aumentar a prática de exercício…abandonar os cigarritos também seria uma boa opção!
É extensível aos que me rodeiam, implementando melhores hábitos de vida.
Uma uva: Saúde para mim e para os que me rodeiam e amo incondicionalmente.


Emprego: posso ser mais tolerante, mais paciente…(mas custa-me tanto!). Posso ser menos exigente e mais compreensiva em relação a mim e aos outros…
Uma uva: paciência e tolerância (impossível não citar o clássico: “Deus, dai-me paciência, porque se me Dás Força…eu bato neles!”), respirar fundo ante cada idiotice.

Afectos: eis o registo mais ambíguo, mais indefinido, sendo o mais abstracto: posso amar melhor (também posso amar mais, mas se amar melhor ganho qualidade de vida e, logo, Felicidade), manifestando afectos que me invadem o coração… Amar perdidamente “os amores da minha vida”.
Uma uva: relativizar, dar algum descanso ao desconfiómetro e ao cepticismo que teimam em reinar, muitas vezes contra a minha vontade.

Estes são os principais desafios a que me proponho diariamente - muitas vezes em vão, sou obrigada a reconhecer - , mas que hoje ganham outra dimensão, porque foi convencionado que a mudança de uma ano civil implica Mudança (leia-se Esperança) nos nossos pequenos-grandes-Universos.


Considero que o optimismo gera a energia necessária para dar a volta aos fardos, por vezes árduos, mas que o pessimismo conduz a uma passividade que não me convence.

Vamos tirar as mãos dos bolsos, arregaçar as mangas e …mãos à obra: façamos um Excelente 2011 e que o saibamos merecer!
… todos os dias do ano!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Já com o pézinho em 2011...


... penso nas coisas que me fazem feliz :)



Conto contigo ;)

Apeteceu-me...




... hoje (re)ler:



"(...) João e Rute são as novas espécies. Os exemplares de quem se perdeu nas ruas de Lisboa para se encontrarem nas praças e largos cibernáuticos. Trocaram contactos, sorrisos e livros num espaço virtual porque padecem do mal de uma sociedade fria. Já nada os comove e são as promessas do impessoal que os atrai. (...)"



Sei por que me lembrei.
Sei que perguntaste.
Sei que respondi.
Que "a doença do Milénio não é a PDI, mas a PDS*".

Mas não comigo, que aproveito certos dias para refletir, para agradecer todos os "abanões" que apanho, que agitem a massa encefálica (quantas vezes adormecida, passiva e deixa andar... só porque é mais cómodo, porque não tenho pachorra, porque não me quero chatear - são tantos os "porque" que ficaria o resto da noite a enumerá-los e, mesmo assim, certamente, esquecer-me-ia de algum...felizmente!).

Gosto de "abanões", que me sacudam da minha almofada de conforto que criei.
Que manifesto por vezes ou raramente, a quem, julgo!, consiga entender e esteja na mesma onda. O resto, são puras perdas de tempo!

Quem perdeu a onda que se cuide!


* Pxxx da Solidão