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sexta-feira, 22 de junho de 2012

A Família Von Trapp



"Têm uma família maravilhosa", não posso deixar de expressar, num excelente francês a la Mário Soares. Deparo-me com o quadro: casal com dois filhos adolescentes, numa autocaravana, um misto de TIR com nave de Espaço 1999, tendo penduradas uma moto (giraça) e os respectivos capacetes, e algumas bicicletas, amontoadas. Fazem-se acompanhar de 2 canídeos de porte médio-grande e um felineo. Todo este aparato encontra-se no estacionamento da área de serviço, à sombra, a descansarem. Os cães estão deitados em almofadões, e, apesar de usarem trelas, estão imóveis. O gato (que pela cara, é uma gata), totalmente preta e de coleira vermelha, prefere a frescura da relva.

O francês sorri-me, com o sorriso típico dos turistas pelas nossa terras. Os miúdos, de bermudas compridas e ar descontraído, brincam com uma bola, bem comportados, como parece (só) ser com as crianças estrangeiras. Olham-me com algum (pouco) interesse, talvez impressionados pela pronúncia impecável de quem nada mais diz além de "merci" e "bonjour" há quase 20 anos, os mesmos que me separam de multinacionais gaulesas. 

A francesa agradece e sorrindo-lhe aponto a minha Pipoquinha, que se rebola na relva, sob o olhar atento da minha mãe, enquanto um casal de meia-idade se surpreende: "Ò Zé, olha como coça as costinhas" [chamar costinhas ao lombo da Pipoquinha é uma profunda falta de vista, mas o encanto está no carinho, que se iguala à ternura com que acaricia o pincher-anão que "o Zé" aconchega ao colo].

A família Von Trapp olha e sorri para a minha gaiata e tento explicar [no que me havia de meter: só mais de ver e calar, não de ouvir e engolir...] que os outros ficaram em casa: os gatos são mais caseiros, como conseguem viajar com todos eles? Explicam-me, com simpatia, que em Portugal não é fácil [mas que grande surpresa! Em Portugal, nada é fácil!], mas em Espanha não é complicado. 
Expresso um olhar de complacência, que se traduziria num "pois!" e desejo-lhes uma boa estadia, que aproveitem a nossa comidinha e as nossas praias. A francesa responde que sim, que estão a gostar e que espera ficar da minha cor... "Se ela pensa que fica da tua cor, bem pode cá ficar eternamente e não vai passar de um camarão escaldado", objecta a minha mãe, salientando a lourice daquela (maravilhosa) família.

Esta família pode não cantar Edelweiss ...mas, a mim, encantou-me ... e é com um largo sorriso que imagino, agora, as suas viagens por terras lusas, a nossa beleza, mas também os entraves que colocamos a famílias nucleares, e tão, tão especiais.
Certamente, consideram-nos uns barulhentos e bárbaros, apesar de simpáticos. É surpreendente: toda aquela feira no mais absoluto silêncio. Inacreditável!

[Gostaria de os ter fotografado, para eternizar este momento]


terça-feira, 1 de maio de 2012

iMpressionanTe






Poucas coisas me deixam sem palavras… mas esta, deixo-me apalermada, reconheço.
Surpreendida. Fascinada.
Meros adjectivos.

“(…) A prática artística, conhecida por hiper-realismo, que tem como objectivo reproduzir fotografias apenas com recurso a um lápis e sem qualquer equipamento, não é nova mas a incrível semelhança entre os desenhos do escocês e a realidade é notável e como pouco se viu.(…)”
artigo completo

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Livrai-me dos Mentirosos (#2)



Aiaiaiai, a nossa vida… assim, o “namoro” acaba: a sodona Troika diz que sim, e dom Governo diz que não?! Isto pode lá ser…


“O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, reiterou hoje na Comissão  parlamentar de Orçamento que a suspensão dos subsídios de férias e Natal vigorará enquanto durar o programa de ajustamento da Troika, coontrariando declarações de ontem de Peter Weiss, alto responsável da Comissão Europeia, que admitiu que o corte dos subsídios se prolongue para além de 2013.”


(Nota: Onde se lê Peter, deverá ler-se Paul…mas a culpa não é minha)


É só para vender jornais e abrir noticiários ou, de facto, ninguém se entende?!?! Já desisti de entender as pessoas há muito tempo, mas, caramba!, estes senhores têm nas mãos o Futuro (ou a ausência dele) de vários países.
A próxima queda virá de França, lá para 2013/2014, arrastada por Espanha, Itália, Portugal e Grécia. A Alemanha, mais uma vez isolada na História, não suportará com tudo, ie, não poderá comprar tantos países. A Grã-Bretanha é a nova Suíça: “ah, eu cá não me meto nisso, vocês são brancos, que se entendam” e quem já não percebe nada somos nós…
De uma vez por todas, Senhores (des) Governantes, querem fazer a fineza de cotar o dólar acima do euro, acabam-se estas quezílias de miúdos e talvez assim possamos voltar, ainda, à nossa vidinha normal?
Nota-se que estou muito farta “disto” ou será impressão minha?!


terça-feira, 3 de maio de 2011

Flash




A felicidade tem sempre um objecto, é-se feliz por alguma coisa, é um sentimento cuja existência depende do exterior.
A alegria, pelo contrário, não tem objecto. Possui-nos sem qualquer razão aparente, no seu ser assemelha-se ao sol, arde graças à combustão do seu próprio coração.
(Susanna Tamaro)

E lembrei-me disto agora...a propósito de quê?!


quarta-feira, 27 de abril de 2011

É, não é?




"Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugida ou impossível de durar."

Carlos Drummond de Andrade


...e ainda bem! W.T.F.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

D'ouro





"A Caixa Geral de Aposentações vai pagar, no mês de Maio, mais nove reformas douradas acima dos cinco mil euros. Entre Maio e Abril são 18 juízes e cinco médicos que se reformam com mais de cinco mil euros mensais."

Porque (ainda!) há coisas assim ...pílula dourada, enquanto durar!

Segredinho: esta notícia "animou" tanto a minha manhã, que não me apeteceu fazer mais nadinha...tipo gozar a minha reforma-antecipada ...

sábado, 19 de março de 2011

Outra vez?!






"Os advogados portugueses já recebem "provas" de infidelidade retiradas do Facebook para usar em processos de divórcio litigioso. Cerca de um terço dos processos de divórcio em Portugal já usa este tipo de provas."
Facebook responsável por um terço dos divórcios



O assunto voltou às bocas do povo ou não há mesmo (mais) nada que dizer??

Vou repetir-me (ai, será o alemão a ‘bater-me à porta’?), porque a problemática fascina-me: se os relacionamentos estiverem bem de saúde, sólidos e recomendam-se, não há rede, virtual, real ou whatever que os afecte. Aqui, não há meias-medidas: chama-se Confiança - ou há ou não há. Simple as that…

A Confiança é o único bem irrecuperável: podemos recuperar a juventude e a beleza (ginásios, botox’s e liftings em acção), a saúde (compra-se, não tenham dúvidas), a riqueza (nada mais efémero que o dinheiro…ah, talvez o Amor), a família e os amigos (as zangas fazem parte do dia-a-dia, o importante é resolvê-las e ponto final-parágrafo)…a lista seria imensa, mas acredito, convicta, que a Confiança é irrecuperável.


Vai dai (esta expressão é do mais português que há…se alguém conhecer a tradução - à letra não vale, tá? -, em qualquer língua que seja, por favor, informe-me…ficarei eternamente grata!) e de acordo com o artigo, enquanto um cônjuge (também gosto muito desta palavra…tanto que raramente a escrevo correctamente à 1ª…) dorme , o outro (cônjuge - repito-a apenas pelo prazer único de a escrever, agora, sem enganos…) “conversa” (vulgo “tecla”) com “um/a amigo/a“… E eu, que sou um ser tão, mas tãoooo naif, pergunto-me: “E dai?” Salvo a distância física, é o mesmo que estar a tagarelar na esplanada (pois, eu e as esplanadas temos um profundo flirt…coisa de lisboeta, que fazer?!) com amigos/as de longa data ou apenas aqueles que a Vida coloca no nosso Caminho, do “bom dia, boa tarde…” (e este singelo “bom dia, boa tarde” vai ganhando proporções e blábláblás, dando lugar a um almocinho, uma confissão, quiça um cineminha, as conversas são como as cerejas, mas melhores porque não têm caroço…e nada mais acrescento, imaginem se quiserem (ou não!)

Por outro lado, consta-se que o Facebook tem não sei quantos milhões de utilizadores (quem não souber e tiver interesse, google it, porque eu dispenso tais perdas de tempo), o que é facilmente justificável com a duplicação de perfis…cada utilizador terá, no mínimo, 2 perfis: o real e…o outro (ia definir este como “aquele que rende”, mas achei melhor não o fazer…oops!).

Outro dia, talvez me apeteça dissertar sobre um e outro…”vai pró lado B” ou “já cá estás? Vieste de avião?” É uma correria, mas...estou habituada.

A conclusão que pretendo alcançar é: giro, giro seria “cônjuges à séria” enrolarem-se (se não for o melhor termo, utilizo “aproximarem-se“…é como quiser!) sem saberem, ao abrigo dos “perfis-mask“… tradução: que os respectivos perfis-mask e “ocultos” se encontrassem e (des)enrolassem…só para confirmar a teoria de aumento de número de “divórcios” à conta do (inofensivo) Facebook.

Não percebeste nada?! Mesmo assim…“faz-me um laique”…ou 2 ou 3!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Esta não lembra a ninguém




Agora já é possível saber a par e passo como vão as relações dos seus amigos no Facebook. Para isso, basta ligar-se a uma nova aplicação que o avisa de cada vez que que alguém termina com o namorado/a.

Só para gargalhadas!
Passo bem sem mais desaires amorosos dos que me rodeiam...à velha "tudo bem?", que aplico com verdadeiro interesse, ie, resumindo nesta frase tão banalizada, um cuidado
carinhoso e nunca protocolar. Assumo que tenho sempre algum receio (medricas-corajosa é a expressão que melhor me define), num chorrilho de doenças (felizmente, quase sempre fruto do imaginário), desamores e outras dores.
Agora, então e a ser verdade (já nada me espanta!), podemos ser informados por mail (que tal um gráfico, não?) sobre os afectos dos nossos amigos...jasus!
 
“Por isso, se aquela paixoneta do liceu ainda não acabou, assim que ficar solteiro/a vai ficar a saber e tem aí a sua oportunidade.”
Eles lembram-se de cada uma...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Mau demais para ser verdade


(...) "O relógio marcava 11h30: era a hora do encontro, em que Cláudio Mendes planeava apresentar à filha a actual namorada. Foi mais do que isso. 11h30 transformou-se também na hora da sua morte. Num instante, Cláudio Mendes e uma tia-avó da criança discutiam à frente de Adriana e da mãe. No outro, o sogro, de 65 anos, puxava de uma arma e disparava cinco tiros. Disparou um: acertou no peito do genro. Disparou mais dois: acertou nas costas de Cláudio quando este tentava fugir. Disparou ainda outros dois, mas não acertou. Cláudio Mendes morreu à frente da filha de quatro anos e da namorada, grávida de seis meses.(...)"
 
Demasiadas vitimas: gente infeliz, 'doente', com o coração carregado de ódio... não há pachorra!

Felizmente, há muito que desisti de entender as pessoas...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Visões




"O número de divórcios causados pelo Facebook está a aumentar e o número já terá chegado aos 28 milhões(...), o site actua como um terceiro agente virtual nas separações. (...)
O número de e-mails e mensagens encontradas no Facebook a serem citadas como prova de mau comportamento estão a aumentar.
Algumas empresas informáticas estão até a ganhar dinheiro com a venda de programas que permitem ao ciumentos espiar os parceiros."

Números deprimentes. Números indignos e arrepiantes...que hajam 28x2 M de pessoas infelizes. Brrrr, gelei! Que insistem (ou parecem insistir!) no "a vida vai torta, já não se endireita" - Xutos, queridos Xutos, que palavras tão sábias! - e culpem o inofensivo FB das suas próprias incompreensões, fracassos e insucessos.

No FB circula-se*, joga-se (zynga é do melhor!), trocam-se músicas, desbafos, piadolas (há-as com e sem piada, para todos os gostos), bitates e outros que tantos...hummm, com mais ou menos....hummm, interesse...hummm, intensidade....hummm, envolvimento...mas "mau comportamento"?! Qu'é isso?! Jamais Salomé - meu querido amigo, que partiste há uma eternidade, mas (esta) tua expressão, dramática e cruel, ficará para sempre na nossa memória...

Terceiro elemento?! Rir até mais não!!
Havendo estabilidade, o tal famoso balance, não há terceiro elemento que se intrometa...trata-se de um castelo inexpugnável, não havendo, sequer, lugar a tentativas de invasão. Convem não esquecer que pela fresta naufraga uma navio...mas custa, custa muito chamar os bois pelos nomes...
 
* V... a nossa private joke :)
 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

REDE SOCIAL, A / The Social Network




Duração: 116 minutos
Género: DRAMA
Título Original: The Social Network
País: EUA
Realização: David Fincher
Classificação: M/12
Actores: Jesse Eisenberg, Justin Timberlake, Andrew Garfield, Rooney Mara
Sinopse:A história por detrás da criação do Facebook, por Mark Zuckerberg, na altura um estudante de segundo ano em Harvard.

Até pode ter merecido os 4 Globos, mas não me esqueço dos primeiros 3 minutos de exibição, em que pensei: "Se o filme vai ser todo assim, o melhor é sair já..."

domingo, 16 de janeiro de 2011

Eu (quase que) acreditei...



DESEJO
Se eu soubesse que no mundo
Existia um coração,
Que só por mim palpitasse
De amor em terna expansão;
Do peito calara as mágoas,
Bem feliz eu era então!


Se essa mulher fosse linda
Como os anjos lindos são,
Se tivesse quinze anos,
Se fosse rosa em botão,
Se inda brincasse inocente
Descuidosa no gazão;

Se tivesse a tez morena,
Os olhos com expressão,
Negros, negros, que matassem,
Que morressem de paixão,
Impondo sempre tiranos
Um jugo de sedução;

Se as tranças fossem escuras,
Lá castanhas é que não,
E que caíssem formosas
Ao sopro da viração,
Sobre uns ombros torneados,
Em amável confusão;

Se a fronte pura e serena
Brilhasse d'inspiração,
Se o tronco fosse flexível
Como a rama do chorão,
Se tivesse os lábios rubros,
Pé pequeno e linda mão;

Se a voz fosse harmoniosa
Suave como a da rola
Que geme na solidão,
Apaixonada e sentida
Como do bardo a canção;
Como d'harpa a vibração,

E se o peito lhe ondulasse
Em suave ondulação,
Ocultando em brancas vestes
Na mais branda comoção
Tesouros de seios virgens,
Dois pomos de tentação;

E se essa mulher formosa
Que me aparece em visão,
Possuísse uma alma ardente,
Fosse de amor um vulcão;
Por ela tudo daria...
— A vida, o céu, a razão!
(Casimiro de Abreu)

... não fosse o passar do Tempo, traduzido em dias, transformados em meses, transportos em anos.
... não fosse essa ausência suave transformar-se em doce lembrança.
... não fosse (já!) não ter 15 anos, quem sabe ... eu quase acreditaria ;)

... e hoje lembrei-me, assim, de Ti ...porquê? Se nunca te deixei partir...


sábado, 11 de dezembro de 2010

Até sempre, Da Weasel




(...)" Na página de Facebook da "doninha", os admiradores já reagiram. "Resolvam rápido as vossas diferenças e voltem!!! Não podemos perder uma excelente banda portuguesa!!!" ou "não matem a doninha please :)" são alguns dos apelos que podem ser lidos. Foi já lançada uma petição online contra o fim dos Da Weasel. "Queremos que os Da Weasel continuem juntos. As Doninhas não podem acabar", dizem os signatários da petição na página."(...)

E passaram 17 anos! Caramba!

Mas... tudo tem um fim!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Os números da GG




‘A CGTP e a UGT realizam hoje uma greve geral conjunta contra as medidas de austeridade, anunciadas pelo Governo em Setembro, que têm como objetivo consolidar as contas públicas, entre as quais os cortes de salários nos trabalhadores do Estado, o congelamento das pensões em 2011 e o aumento em dois pontos percentuais do IVA. Esta é a segunda greve geral marcada pelas duas centrais. A primeira realizou-se em 1988, contra o pacote laboral do Governo de Cavaco Silva.’


‘Os números disponíveis "até ao momento sugerem que estamos numa adesão muito reduzida no setor privado entre as 00:00 e as 12:00", afirmou a ministra na conferência de imprensa sobre o balanço da paralisação.’
(...)
'Este texto da agência Lusa foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.'


Este é que podia entrar em greve - de vez!



sábado, 20 de novembro de 2010

FMI??? Uh,uh




Recorrer ao FMI é um fracasso?

E recorrer a ajudas externas, da China, de Timor-Leste é um sucesso, querem lá ver...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Desabando...




- "Estou farto destes sacanas* todos, sabe?"
- "És a enésima pessoa a dizer-me isso hoje...sabes?"
(são 10h24m)

* Não foi a palavra utilizada, mas o sinónimo serve perfeitamente...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Palavras…palavrinhas…palavrões





“(…) O Dicionário Básico de Língua Portuguesa, da Porto Editora (capa azul), que custa 5,5 euros, apresenta palavras como "c..." (órgão sexual masculino), "c..." (órgão sexual feminino) e "f..." (acto sexual). Este já circula entre os alunos que frequentam o 1.º ciclo do Agrupamento Vertical de Escolas Cetóbriga, em Setúbal, originando a indignação dos pais e dividindo os docentes.
Mas há muitas mais onde está a ser usado. Várias livrarias contactadas pelo DN em Lisboa, Almada, Barreiro e Setúbal confirmaram a procura do dicionário e por recomendação dos professores do ensino básico. E a Porto Editora revela que o dicionário em que surgem os "vulgarismos" está a ter mais procura este ano, embora desconheça o motivo. O critério para os dicionários destinados aos alunos dos 1.º e 2.º ciclos do Ensino Básico "é não registar vulgarismos", pelo que não é recomendada para crianças entre os seis e os dez anos. (…)”


Assim são apresentadas certas palavras que não acrescentam nenhuma cultura, conhecimento ou mais-valia, sobretudo a crianças do Ensino Básico.

Que as conhecem? (Infelizmente?). Perfeitamente, de acordo…

Também os adultos as conhecem, bem como o seu significado (e sem recorrer ao uso do dicionário!), sem que isto significa que as utilizem a seu bel-prazer.

Os “vulgarismos”, tal como as palavras “caras”, ie, de cariz tecnicamente erudito, devem ser utilizadas com parcimónia (esta palavrita encontra-se no limite de ambas as categorias…). Quando utilizadas com demasiada frequência e/ou banalidade, perdem o impacto necessário, perdem a vontade de chocar/surpreender, perdem…perde-se tudo!

Se neste pequeno quintal onde circulamos perdem-se valores, conquista, respeito, dignidade…que não percamos o sentido (ou o sabor!) das palavras…

… Bendita a decisão que tomei há anos…

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Haja [muita] paciência…



“Gosto de coisas difíceis.”

Deve ser a frase mais repetida ao longo dos últimos tempos.

Se, em determinados momentos, me calo, chegou a hora de assumir que…eu sou mesmo “do avesso”.

Não, não gosto de coisas difíceis. Não consigo, nem quero gostar.
Gosto de partilhas. Gosto de entregas. Gosto de cumplicidades.
Gosto de exclusividade [se analisarmos bem, é preciso muita coragem…exclusividade, apenas a palavra assusta e afugenta…].
Gosto de atitude. Atitudes corajosas, se possível.

Cenário 1
“ – Vamos ao cinema?”
“ - …Ah (silêncio) …não sei…talvez…deixa-me ver…se tiver tempo…se der, eu apareço!”

[há atitude mais abominável que esta…? Isto não quebra, não desarma qualquer um??? A mim, tira-me de sério e “nunca mais!”…”se tiver tempo”, então, espero que ninguém me diga…gritarei, em surdina, “tempo é o que fazemos com ele”].

Cenário 2
“ – Vamos ao cinema?”
“ – Boa! Vamos, claro. E, depois, podemos ir jantar…”
“ – …Esticar um bocado a noite…”

Assim, em cascata. Ideias puxam ideias. Isso é a atitude. Propor vs conta-propor.
Assim, há cumplicidade. Há entrega. Há partilha.
Há um brilhozinho nos olhos. Há adrenalina.

“Gosto de coisas difíceis.”

Quase me atrevo a julgar que é uma grande hipocrisia. Uma propaganda enganadora, quiçá…numa vã tentativa de valorização. Joguinhos de crianças…

Quanto a mim, é a perda. A perda de momentos. Irrecuperáveis. E esses, sim, são “coisas difíceis”, porque jamais os recuperamos.

Gosto de “coisas fáceis”. Motivam-me. Movem-me até ao infinito. Entrego-me e perco-me.

Gosto de quem se atreve a dizer que sim. Sim, eu quero. Sim, eu vou. Sim, eu faço. Sem pudores nem mentiras. Afirmar, de peito aberto às balas, “Sim, eu quero” exige uma coragem, uma maturidade estrondosa. Uma responsabilidade terrível, perante nós próprios e o(s) outro(s). A liberdade, total e absoluta.
Dizer o que se quer, o que se sente...é a "coisa mais difícil" que há!

Há “coisa [mais] difícil” do que esta?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Teacher, teacher, can you teach me?...



[...sou pessoa de paixões. Acumuladas. Não esqueço uma para seguir outra, não…num reservatório inesgotável, convivem alegremente, mesmo quando contraditórias.
Uma delas é aparvoar. Deliro com factos, assuntos ou pessoas que me permitam fazê-lo. Sem sátiras ou ironias mordazes. Aparvoar apenas…simplesmente.]

De Torre Dona Chama (Mirandela) chega-nos  a professora de AEC que conduzirá, qual Joana d’Arc, o nosso povo através dos frios trilhos e caminhos da Ignorância.

A Béu (leia-se Isabel Alçada) deveria homenagear esta professora, cujo arejamento na Playboy (contracenando com outra mulher, consta-se…poderia ser a solo, mas é um dueto…) irá, sem dúvida, alterar os hábitos culturais e pedagógicos deste país:

- os meninos do Ensino Básico da Escola 1+2 estão, agora, demasiado motivados para assistirem, com muita atenção e zelo, às Actividades Extra Curricullares que lecciona. Afinal, conhecem a professora por dentro e por fora e este companheirismo provoca empatias...

- os marmanjões, os pais das crianças da Escola 1+2 de Torre Dona Chama, irão frequentá-la assiduamente, indo buscar e levar os miúdos, acompanhando o seu desenvolvimento escolar e estreitando laços paternais. Estarão, agora, mais interessados em entabular diálogo com a professora, focando determinados aspectos. Ah, e beneficiarão as mães, com umas horinhas de merecido descanso, perante o empenhamento e dedicação paternal.


Colocada, agora, no Arquivo [algures, li que era na Biblioteca Municipal…] a afluência será uma constante, suponho:

- de duas em duas horas, ouvir-se-à “Outro livro, por favor, é que já li este…”, obrigando a maior rotatividade de livros e ao consequente alargamento do horário de funcionamento [muito bom, gera postos de trabalho!]

E a professora por lá passeia, de verde e amarelo [será coincidência serem as cores do Brasil, decerto!] após um fim de semana, de descanso, em Lisboa, onde, imagino, decorreu uma reunião com a Frenprof, que deve [melhor, tem a obrigação!] incentivar outros(as) professores(as) a exporem-se em revistas de tamanha Especialidade, dado que, pelos motivos expostos, só auxilia a divulgação da Educação e Cultura.


Não entendo os motivos dos indignados com a situação [mas há muito que desisti de compreender as pessoas!]: numa época em que esbarramos em sites de “faz-me isto, faz-me aquilo” ou “estou assim e tal…” gratuitos, com imagens para todos os gostos e feitios… ainda há quem compre a Playboy?!

…talvez porque com 27 anos [ou 25, seja lá o eu for!] qualquer uma das minhas amigas [tenho a honra e o privilégio de conhecer mulheres verdadeiramente espantosas] colocaria a professora num chinelo…se fosse necessário ou importante, até actualmente o fariam, fisicamente falando.
Felizmente, nenhuma de nós precisou acabar nas páginas de nenhuma revista da Especialidade para atingir as nossas metas…

Preocupar-me-ia apenas se um garoto meu, com idade de frequentar o Ensino Básico, tivesse acesso a revistas desse teor [tããããão dignificante para a Mulher!]! Felizmente, não tenho essa preocupação e a cada dia que passa congratulo-me com a opção que escolhi…safa!

Torre… Dona Chama… em chamas!

Conservadora, eu?! Nem por isso…

sexta-feira, 14 de maio de 2010

"Mais vale sê-lo que parecê-lo" ou fábulas para bói dormir



Sempre concordei com o povo, tão rico em sabedoria popular. No seu “Mais vale sê-lo que parecê-lo” apoio-o em absoluto.

Nesta fábula, temos todos os ingredientes de sucesso, senão vejamos:

- A vaca é gordinha e anafada…super demodé, porque todos sabemos que o tempo das vacas gordas já acabou [pelo menos, para alguns] há que tempos.
A expressão “estou gorda como uma vaca” tornou-se, portanto, obsoleta.

- A vaca é pedagógica: expõe o Ciclo da Vida, salientado que cada um dá o que tem. Se a Vaca está em crise, deprimida, deixando de dar leite, ninguém tem culpa! Esta [nova] Vaca, resultado da transmutação genética, agora, dá trabalhos…de casa. [“ok, não se pode ter tudo, temos que viver com o que temos” é o novo cliché popularucho.]


- Ah, esta estória de associarmos comportamentos duvidosos a animaizinhos tão simpáticos como vaca, cadela ou cabra [mesmo que eu os utilize, também, sobretudo em momentos em que “estou uma búfala”] tem que ser revisto, de preferências anexado às Medidas de Austeridade. E eu devo ser muito burra, porque não compreendo a indignação manifestada…ok, não sou prof., que é profissão de risco elevado e gosto demasiado de mim para me expor desnecessariamente. No entanto, sendo um lugar-comum, aplicável a tudo e todos, “quem não está bem, muda-se”.

Fábulas para bói dormir, aliadas à onda [eufórica] futebolística, à visita de Sua Santidade, à proximidade do Rock in Rio…e os bóis deixam-se levar, encarneirados e alheados à verdadeira [triste] realidade.
Mas vão senti-la, a partir de 01 de Junho…na carteira.

Moral da fábula: o livro [já] vai na 4ª edição…é bom sinal: a cultura caminha a passos largos para a Evolução …

Cauística, eu?! Nem por isso…

Prefiro sê-lo a parecê-lo...porque "ter a fama e não ter o proveito", no way!